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Não é a consciência do homem que determina o seu ser, mas, pelo contrário, o seu ser social é que determina a sua consciência.” *Kal Marx “os comunistas nunca devem perder de vista a unidade da organização sindical. (Isto porque) a única fonte de força dos escravos assalariados de nossa civilização, oprimidos, subjugados e abatidos pelo trabalho, é a sua união, sua organização e solidariedade” *Lenin

domingo, 16 de dezembro de 2012

segunda-feira, 29 de outubro de 2012

Formação política e ideológica, e seu papel estratégico na luta contra a hegemonia capitalista nos sindicatos e na sociedade


Formação política e ideológica, e seu papel estratégico
na luta contra a hegemonia capitalista nos sindicatos e na sociedade

    1.   A formação política se constitui uma das áreas estratégicas do movimento sindical e popular, para disputa de hegemonia contra a ideologia, a política e a economia capitalistas, numa sociedade midiática. Outra é a comunicação.
   2. Disputar hegemonia é disputar projetos de mundo, de Estado, de sociedade e de seres humanos. É verdade que vivemos um tempo complexo, com profundas e aceleradas mudanças. Um tempo em que a dominação capitalista se traveste de novas formas de gestão e métodos de produção, novas sociabilidade baseadas no consumo, no individualismo, na competição e na desenfreada busca de respostas individuais para problemas que só podem ser resolvidos coletivamente.
3.     As inovações tecnológicas, o endeusamento do mercado, que transforma o dinheiro numa religião, a alienação crescente dos jovens, a falta de perspectivas profissionais, a exclusão crescente das massas trabalhadoras, colocam para nós o desafio de se debruçar nos estudos, abandonar as respostas fáceis, os chavões, as palavras de ordens vazias de conteúdos, e aprofundar na reflexão política da realidade em que vivemos.
4.  Na disputa de hegemonia ideológica, política e social, duas ferramentas são fundamentais aos sindicatos: A formação e a comunicação. Ambas são instrumentos fundamentais para consciência de classe e ação política dos trabalhadores, mais do que nunca os sindicatos precisam investir na formação político-ideológica e na comunicação, junto aos dirigentes, militantes, trabalhadores sindicalizados e na sociedade.
5.      Na concepção de Gramsci, os sindicatos devem atuar como educadores coletivos da classe para sua emancipação, e para disputar hegemonia na luta contra o capital e suas ideologias. A crise social e seus elementos sócio-regressivos só aprofundaram as tentações neocorporativas e as práticas burocráticas sob o discurso de sobrevivência e da prática possível diante das dificuldades da ofensiva do capital.
6.     Para a produção de seus valores a burguesia conta com os aparelhos de hegemonia como o próprio Estado e suas instituições, os meios de comunicação, a educação, e etc. No caso da classe trabalhadora, ela conta com os sindicatos, os movimentos sociais e os partidos operários.
7.    A formação e a comunicação sindical historicamente têm tido um papel importante e estratégico na construção coletiva da concepção sindical, de uma cultura de classe e da identidade da classe trabalhadora. Trabalha com o resgate da trajetória dos trabalhadores (as) e do seu papel enquanto agentes de transformação da sociedade. Cria as condições para que esses trabalhadores (as) possam questionar e teorizar a partir da apropriação do seu conhecimento acumulado e de sua própria prática. É um instrumento capaz de, cotidianamente, aumentar o potencial e a qualidade de intervenção do sindicato na sociedade.
8.  O sindicato, como educador coletivo, tem como uma de suas funções a  formação integral dos trabalhadores, levando-os ao pleno desenvolvimento de suas potencialidades, em contraposição a modelos que se centram no discurso do educador sobre o objeto de estudo, com poder de qualificar o conhecimento do educando como certo ou errado.
9.      O saber não é entendido como algo estático e acabado que o educador entrega aos educandos; antes, é um direito cuja conquista exige esforço individual e coletivo. O princípio pedagógico subjacente é de que as palavras, conceitos e teorias só constituirão um enriquecimento se forem resultado e prolongamento da nossa experiência e conquista pessoal, incorporados à vida, em todos seus aspectos, dos trabalhadores.
10.  No desejo de contemplar as particularidades de vida e trabalho dos trabalhadores, a formação e a comunicação se defrontam com a variabilidade do mundo do trabalhador. Entendendo que determinados usos lingüísticos cristalizam e reafirmam posturas ideológicas que tratam como idêntico o que é plural, deixando passar despercebida a necessidade de intervir com políticas específicas para tratar a diferenciação, a Escola prefere falar não em mundo do trabalho, mas em mundos do trabalho, com o intuito de dar evidência a esse caráter plural das relações de trabalho e das organizações de processos produtivos.
11.  Ao mesmo tempo em que respeita essa diversidade dos mundos do trabalho e dos trabalhadores, procura cultivá-las, convencida de que a diversidade, quando não escamoteia os conflitos, mas os reconhece e os enfrenta, enriquece as partes envolvidas. Por isso, dá destaque a dois temas que perpassam transversalmente seu plano de trabalho, sendo abordados de diferentes maneiras nas atividades de formação. Trata-se das questões de gênero e raça.
12.  O sindicato deve (ou deveria ser, mas nem sempre é) um espaço de formação de mulheres e homens de múltiplas raças e etnias. A questão de gênero não é um problema a ser discutido apenas por mulheres, assim como raça não é questão apenas para negros ou etnias freqüente e, muitas vezes, impropriamente denominadas “minoritárias”. Essas são questões que afetam toda a sociedade, e a classe trabalhadora deve formular suas próprias políticas de reconhecimento e valorização positiva da diferenciação e de enfrentamento do preconceito e da opressão.
13. Assim, o sindicato deve epensar essas diversas questões, procurando conjugar dialeticamente o individual ao coletivo, o rigor à criatividade, eis o grande desafio que o sindicato tem pela frente, na busca de homens e mulheres capazes de intervir numa sociedade dinâmica e conflitiva enquanto indivíduos autônomos unidos por uma mesma vontade política.
14. Novos e antigos dirigentes devem aprofundar o conhecimento sobre as transformações que estão ocorrendo no mundo do trabalho, as mudanças na economia e na política, o papel das novas tecnologias, a questão do desemprego estrutural,  da informalidade que cresce, da violência como produto da desigualdade social e da concentração absurda de rendas que existe no mundo hoje, e no Brasil principalmente.
15.  Devem buscar entender os problemas relacionados com a gestão dos sindicatos, da administração financeira, das relações com os funcionários, do cotidiano da máquina sindical. Enfrentar a burocratização, cada dia mais presente nos sindicatos.
16. Como a formação e a comunicação devem enfrentar questões como racismo, machismo, e outros preconceitos na nossa sociedade e nos sindicatos? Não basta criar secretarias de mulheres e de negros ou anti racismo, a verdade é que o movimento sindical é machista, é racista, isso só se supera com combate político,  enfrentando cotidianamente as manifestações, posturas, falas e gestos machistas ou preconceituosos nos sindicatos, nas assembléias, nos locais de trabalho., ajudando a problematizar, discutir e elaborar propostas, mas é preciso que isso se desdobre em outros espaços, como na empresa, no serviço público, na escola, na família, nas relações informais, na comunidade. 
17. Os movimentos anti racistas, anti sexistas e feministas têm crescido em suas influências, muitos sindicatos já criaram secretarias específicas, na CUT os coletivos de mulheres e anti racista sempre tiveram atuações afirmativas, e precisam ser fortalecidos. Os sindicatos devem olhar isso como essencial para construir um projeto de sociedade emancipada, livre, solidária e que respeite a diversidade cultural.
18.  Nos sindicatos a formação e deve servir de instrumento, ferramenta, para construir novas lideranças, novos militantes. Muitos trabalhadores e trabalhadoras conhecem o sindicato através das assembléias, das mobilizações, das negociações salariais, mas não entendem muito bem o que é o sindicato, de onde veio, para que serve, como se organiza. Muitos só buscam o sindicato na hora das dificuldades, não se sentem pertencentes ao sindicato.
19.  Muitos desses trabalhadores, nas lutas, se aproximam e depois são convidados a ser dirigentes, e não sabem exatamente o que fazer na diretoria, que função desempenhar, como pode ajudar, e os dirigentes mais velhos podem ajudar na participação dos novos dirigentes, mas é papel da formação criar condições dele se formar, com cursos, oficinas, palestras, seminários, enfim
20.  Temos estudos do DIEESE, do IPEA, do IBGE, enfim, que mostram que mais de 50% da força de trabalho no Brasil estão na informalidade, são trabalhadores desempregados, precarizados, terceirizados, que sobrevivem sem proteção de leis trabalhistas, sem acesso à previdência social, sem garantia de futuro.
21.  E os sindicatos ainda hoje só olham para os trabalhadores de carteira assinada, com emprego formal. Na políticas estratégicas para os desempregados, trabalhadores informais, terceirizados, precarizados, e nenhuma intervenção estruturante para a questão do trabalho nas metrópoles. Nossos sindicatos ainda estão presos ao passado fordista, isto é, ao mercado de trabalho da grandes corporações, de endereço determinado. Essa massa de trabalhadores estão buscando formas alternativas de viver e de se organizar politicamente, veja a multidão de camelôs, E a maioria dos desempregados são jovens, são mulheres, moram nas periferias, nas favelas, são exércitos de reserva do narcotráfico.
22.  Precisam dialogar com a juventude trabalhadora, ouvir suas reivindicações, entender sua linguagem, que se expressam nas artes, na musica, nas manifestações culturais, no movimento estudantil, mas principalmente nos movimentos de rebeldia, presente nas comunidades, nas periferias, como Hip Hop, Funk, grafites, esportes. Se os jovens não vêm ao sindicato é porque nossa prática e nossos discursos lhes são estranhos, corporativos, envelhecidos, burocratizados, carrancudos mesmo. Eles vão buscar refúgio em outros lugares, como drogas, seitas evangélicas, torcidas organizadas, etc.
23.  A consciência ambiental está crescendo nos movimentos sociais,  as lutas pela preservação da água, da natureza, das praias, contra a poluição, os desmatamentos, e destruição da natureza, mas ainda é pouco. O capitalismo é o grande responsável pela destruição da vida, do ecossistema. O capitalismo sobrevive da produção de lucro, da exploração do trabalho humano e da natureza, e para isso ele destrói as forças produtivas. Ele é um destruidor de forças produtivas. Defender a natureza é combater o capitalismo, isso o movimento sindical está começando a compreender
24.  Desde o surgimento dos novos movimentos sindicais, a comunicação sindical passou por diversas fases. Dos materiais sindicais feitos de forma amadorística na primeira fase, ao período de militância, onde os profissionais da comunicação eram confundidos com membros dos sindicatos para os quais trabalhavam sem direitos ou pagamento de horas extras, muita coisa mudou.
25.  Esse crescimento da comunicação sindical, como é possível observar, está estreitamente ligado ao crescimento do sindicalismo. À modernização e dinamização, com a ampliação do quadro de sócios das entidades, expansão das atividades, à mobilização e as grandes greves, bem como à formação das centrais sindicais, que passam a estimular a criação de novos mecanismos de comunicação e a discussão de políticas para o setor. A partir deste período, a comunicação sindical extrapolou os materiais impressos.
26.  No campo da comunicação, a Central Única dos Trabalhadores, em sua estratégia de fortalecer o projeto sindical cutista para a disputa de hegemonia na sociedade, tem intensificado sua política de comunicação priorizando projetos e ações nacionais que resultem em maior visibilidade à CUT e contribuam para o fortalecimento da Central. É prioridade a adoção de uma política de comunicação que resulte em maior visibilidade às lutas, campanhas, princípios, valores e propostas da Central e aos avanços e conquistas da classe trabalhadora. Ganha  importância o projeto de produção de vídeos e de web rádio, com programas de curta duração sobre temas do mundo do trabalho e das lutas dos trabalhadores.
27.  No que tange à formação, temos investidos na construção de um projeto permanente de formação, ancorados na Política Nacional de Formação, e nas diretrizes estratégicas do ultimo congresso de nossa Central, na formação de novos dirigentes, formação de formadores, colocando a formação como tema transversal, que atravessa e dialoga horizontalmente com as outras temáticas e secretarias da CUT. Existem dificuldades, mas vamos superando com criatividade, paciência, perseverança, diálogo permanente, e vontade política de construir um sindicalismo conectado com as tarefas e as demandas da classe trabalhadora  diante do sócio metabolismo capitalista, no sentido de resistir, superar e construir uma sociedade justa, fraterna, socialista, com seres humanos plenos e emancipados.
Por:
Helder Molina - Historiador,professor da Faculdade de Educação da UERJ, mestre em Educação, doutorando em Políticas Públicas e Formação Humana, pesquisador e educador sindical e popular, assessor de formação da CUT-RJ

ATIVIDADE: CEREST/CE e ESP realizam oficina para elaboração d...

ATIVIDADE: CEREST/CE e ESP realizam oficina para elaboração d...: O evento ocorreu na sede do CEREST/CE (Centro de Referência em Saúde do Trabalhador do Estado do Ceará), Avenida do Imperador, nº 498, C...

sábado, 4 de agosto de 2012

O PAPEL DO DIRIGENTE SINDICAL

O PAPEL DO DIRIGENTE SINDICAL

1.                  O QUE SIGNIFICA SER DIRIGENTE
Nos grupos (equipe esportiva, um sindicato, comissão de moradores, comunidade de base) é necessário diferenciar tarefas e responsabilidades para evitar que todos façam as mesmas coisas. Assim, os grupos podem ser mais eficientes no seu funcionamento e utilizar melhor as diferentes capacidades pessoais. Uma dessas tarefas é a de ser dirigente.
Ser dirigente significa orientar, dirigir uma organização. O dirigente deve conduzir as atitudes da sua organização, ordenar e organizar o seu funcionamento e representar o grupo diante de outros (por exemplo autoridades ou outras organizações).
Como se pode ver, o dirigente tem mais responsabilidades na organização do que o restante de seus membros.
A pessoas que é eleita para dirigir o grupo, geralmente possui um conjunto de qualidades e capacidades que a torna apta a ser um bom dirigente. Igualmente, essa pessoa precisa ter desejo e vontade de desempenhar um papel de maior responsabilidade, o qual por vezes; requer sacrifícios.
Portanto, ser dirigente não é tarefa fácil. Ao se colocar à  frente do grupo se está mais exposto à crítica e se corre riscos de diversos tipos. Por outro lado, se tem importantes gratificações, como a de se sentir que se está dando o melhor de si, a serviço do grupo e do movimento popular. 

2. O QUE É NECESSÁRIO PARA SER DIRIGENTE 
Acreditamos ser importante que os dirigentes tenham certas condições que os tornem mais aptos a exercer o seu trabalho. Entre essas condições, destacamos as seguintes:
·                    Serem escolhidos por sua organização
·                    Serem representativos, ou seja, que saibam interpretar os membros do grupo
·                    Ter vocação para estar à serviço da organização, ou seja, que o dirigente esteja à serviço do grupo e não o grupo à seu serviço
·                    Ser democrático no exercício de seu cargo, não impor seus pontos de vista e não deixar de cumprir as decisões tomadas pela organização.
Muitas vezes se confunde ser dirigente com ser líder. Pra ser dirigente não tem necessariamente que ser líder. A liderança está ligada a uma qualidade pessoal; relativamente excepcional: o carisma, a capacidade de ser especialmente atraente e influente sobre as pessoas. Os líderes não pertencem necessariamente às organizações e frequentemente, surgem de maneira espontânea durante certas situações (por exemplo, quando há uma emergência e ninguém sabe o que fazer, ou em festas, etc)

3. QUATRO CONTRIBUIÇÕES IMPORTANTES DOS DIRIGENTES 
Além da contribuição que dão no dia-a-dia das suas organizações, os dirigentes cumprem um papel fundamental para o movimento popular em seu conjunto. Talvez as contribuições mais importantes por eles desenvolvidas são as de promover a participação, organizar, mobilizar e educar. 

a) O dirigente e a participação
As organizações populares são muito importantes para enfrentar os múltiplos problemas dos trabalhadores. Nelas, se luta pelos direitos, se realizam atividades solidárias e de substância.
O dirigente deve facilitar a democracia e a participação no grupo. Nisto tem um importante papel a cumprir. Algumas das habilidades que podem ajudá-lo a promover a participação são: facilitar a comunicação entre seus integrantes e tomar decisões coletivamente. 

b) O dirigente como organizador
A única forma pela qual os setores populares podem melhorar suas condições de vida é organizando-se. Pouco podem esperar os trabalhadores que não provenha de si mesmos e de sua ação. A organização permite unir as capacidades e vontades de diferentes pessoas que tem interesses comuns. Para que existam organizações, a contribuição do dirigente é vital.
Às vezes a contribuição dos dirigentes consiste em criar organizações. Tratam-se de bons “construtores” de grupos, que sabem detectar o que interessa as pessoas de certo setor e buscam formas eficientes para organizar-se. Assim, os dirigentes contribuem para o fortalecimento dos setores populares.
Outras vezes, conseguindo fazê-las funcionar melhor, incorporam mais gente e fazem com que seus membros se desenvolvam através das atividades que realizam. Tratam-se de bons “organizadores” que sabem enfrentar adequadamente os conflitos, que ajudam a conseguir a unidade entre os membros do grupo, que criam uma mística em torno das ações conjuntas e que tornam eficiente a prática da organização.  

c) O Dirigente Como Mobilizador
Os dirigentes contribuem também na mobilização, ajudando a buscar caminhos para solucionar problemas diversos, tais como, saúde, alimentação, trabalho, justiça, que afetam os setores populares. É impossível pensar que esses problemas sejam resolvidos sem mobilização, ou seja, sem que as organizações e o povo lutem e reclamem por seus direitos.
Muitos dirigentes são bons mobilizadores porque sabem estimular a participação das pessoas. Isto se deve ao fato de terem sensibilidade para captar a disposição de atuar das pessoas e o conhecimento dos seus problemas. Trata-se de dirigentes que inspiram confiança e credibilidade na medida em que as pessoas sabem que não estão sendo manipuladas ou enganadas e que as ações que realizam conduzem a soluções, ainda que parciais, de seus problemas.
Os dirigentes também devem saber negociar. Muitas vezes as mobilizações populares terminam em uma negociação com as autoridades pertinentes. Nestas situações, um dirigente deve saber resguardar sempre os interesses de seu representantes, de modo que a mobilização signifique um avanço para a organização e não um retrocesso. 

d) Os dirigentes como educadores
 É necessário que os dirigentes tenham também uma atitude educadora. Educar, em um sentido amplo, significa transformar, mudar a realidade. Quando uma pessoa tem acesso à educação, ela cresce, conhece novas coisas e olha a realidade de uma maneira mais crítica. Por isso, é necessário que os dirigentes promovam atividades educativas.
O dirigente não educa somente quando promove a capacitação de sua organização em um determinado tema, mas também o faz com seu exemplo. Com efeito, o testemunho de vida de alguns dirigentes educou e formou muitas pessoas.
De igual maneira, um dirigente educa quando cria opiniões em torno de diferentes aspectos da realidade local e nacional, porque ajuda as pessoas a terem uma atitude crítica.
Em resumo, a contribuição dos dirigentes aponta na direção de promover a organização e a participação dos setores populares, e sobretudo, a incentivar sua mobilização na busca de solução para seus problemas básicos. Junto com isso, o dirigente pode contribuir promovendo a educação popular, para ter um conhecimento mais crítico e ter mais elementos para transformar a realidade.
Apesar de cada dirigente dar sua contribuição em um nível local, regional ou nacional, a contribuição de todos é importante no avanço da construção de uma sociedade mais justa e democrática. 

4. CAPACIDADES QUE DEVE TER UM DIRIGENTE.
Talvez a função mais importante dos dirigentes seja a de recolher os interesses, anseios e esperanças de seu povo e transformá-los em organização e mobilização capazes de responder a essas inquietudes. Um dirigente não somente tem que ter a sensibilidade para saber o que o povo quer e necessita, mas também, deve ser capaz de ativar e empolgar os trabalhadores e perceber até onde estão dispostos a atuar.
 Queremos assinalar aqui algumas capacidades que o dirigente deve possuir para contribuir positivamente na ação organizativa: 

a)                 Ter a confiança de seus representados
 Não basta que um dirigente tenha consciência das injustiças que sofrem os trabalhadores e da necessidade de mudar esta situação. Tampouco é suficiente que os dirigentes sejam decididos e valentes. Para mobilizar o sindicato de qualquer organização é muito importante que os dirigentes estejam muito próximos de suas bases, que sejam legítimos e confiáveis, sendo para isso fundamental a honestidade e o compromisso comas pessoas que representam. 

b)                 Ter informação sobre a realidade
Junto com essa capacidade de interpretar o povo, o dirigente deveria ter um grande conhecimento sobre a realidade em que está inserido. Não é suficiente saber que existem problemas de suma gravidade como o desemprego, a fome ou a falta de moradia. É necessário que domine informação precisa sobre estes problemas, tanto a nível de seu local de trabalho, da comunidade, como do conjunto do país.
Dominar informações supõe, ao menos, dois trabalhos bastante complexos: saber onde buscá-la e como obtê-la; e ser capaz de interpretar tal informação de modo crítico. Este conhecimento mais exato da realidade é muito importante para poder levar suas reinvidicações de maneira mais fundamentada.
Complementando, é necessário que os dirigentes tenham conhecimento do tipo jurídico (leis) que possam ajudar-lhes a levar suas reinvidicações com maior embasamento e possibilidades de obter respostas adequadas. 

c)                  Ter clareza com relação aos objetivos
A ação sindical deve perseguir objetivos determinados. Qualquer ação que se programe deve ter alguma saída que permita o crescimento e aprendizagem do grupo e não a sua desarticulação, como acontece em muitos casos. Por isso, é conveniente não propor-se apenas um objetivo. Também é importante valorizar outros tipos de resultados, como o fortalecimento da organização, o crescimento das pessoas e a articulação a ser alcançada com outros grupos. 

d)                 Saber enfrentar as autoridades
No caso da ação reinvidicatória é indispensável que o dirigente seja capaz de atuar com autoridade: deve defender os interesses dos trabalhadores diante das autoridades e negociar quando for necessário.
Negociar significa chegar a algum acordo que seja favorável, neste caso, para os trabalhadores. Uma negociação requer que os dirigentes tenham posição clara, dominem diversas alternativas e disponham de informações precisas sobre a questão em pauta. Evidentemente, uma negociação implica em concessões de ambas as partes. O importante é que um dirigente tenha bem claro em que aspectos não pode ceder e que isso tenha sido previamente discutido e decidido com suas bases. Na medida em que os trabalhadores estão mobilizados e dispostos a atuar, a negociação será mais favorável para eles. Pode haver momentos que, em virtude do baixo nível de mobilização e organização não seja conveniente negociar. Vale lembrar que, historicamente os trabalhadores e o povo em geral, só seguiram resultados mais vantajosos nas negociações, graças à sua capacidade de luta e organização. 

e)                 Promover a articulação das organizações populares
Um dos aspectos fundamentais da ação do movimento popular é a articulação das diversas organizações. Aqui, a contribuição dos dirigentes é fundamental. Trata-se de encontrar os pontos de convergência, mesmo quando existem diversidade de interesses, de estilos e de pensamentos. Trata-se de encontrar os pontos de unidade de dêem mais força as reinvidicações, a organização e, portanto, maior poder de pressão.
Em resumo, uma função importante dos dirigentes é recolher os interesses e esperanças do povo e transformá-los em mobilização e organização para obter respostas as suas múltiplas necessidades. Para isto o dirigente deverá:

·           Ter a confiança de suas bases e está junto com elas
·           Ter informação precisa sobre os problemas dos trabalhadores
·           Programas ações com objetivos claros e possíveis de serem alcançados
·           Ser capaz de enfrentar as autoridades sabendo negociar com elas, mas  defendendo os interesses dos trabalhadores
·           Promover a articulação das organizações populares buscando pontos comuns.

5. O DIRIGENTE E A FORMAÇÃO
Como já se afirmou, para transformar a situação da opressão em que vivem os setores populares, também é necessária a educação. Ter um melhor conhecimento da realidade e refletir sobre nossas ações, nos dá melhores ferramentas para compreender a realidade e sobre tudo para transformá-la.
Através da formação, os membros de um grupo melhoram sua capacidade de expressão, começam a ter uma posição frente à realidade, tornam-se mais desenvoltos e participativos.
Por isso, os dirigentes devem preocupar-se também em incentivar a educação dentro da organização e criar condições para o crescimento e desenvolvimento pessoal de seus membros.
Não se trata somente de organizar atividades educativas, mas também é importante uma atitude educativa por parte do dirigente. Uma atitude que valorize os aspectos positivos de cada pessoa procurando fazê-la avançar ainda mais, a partir de seus interesses e capacidades.

Outros elementos que caracterizam a atitude de um educador são:

a)                 Promover O Saber
Isto significa desenvolver uma habilidade para socializar conhecimentos, para investigar a realidade, para despertar o interesse e a curiosidade do conhecimento, de tal modo, que o grupo vá crescendo e, ao mesmo tempo, enriquecendo os objetivos que mantém viva a organização.
O dirigente deve estar atento às necessidades de formação dos integrantes de sua organização. Para isto devem planejar atividades educativas, tendo em vista os objetivos que se quer alcançar com esta atividade, as pessoas que serão convidadas a participar dela, os recursos humanos e materiais que serão necessários, etc.

b)                 Enfrentar educativamente os conflitos do grupo
O dirigente deve facilitar que os problemas se expressem abertamente e que o grupo, como coletivo, encontre soluções. Nem sempre se conseguirá chegar a visões totalmente comuns, mas é importante poder explicitar os pontos de concordância e seguir avançando, assumindo que haverá de se conviver com algumas diferenças.
O dirigente, em todo caso, pode ajudar os membros do grupo a diferenciarem o que é secundário do que é central num problema e concentrar esforços para solucionar o mais importante. 

c)                  Demonstrar uma atitude aberta e crítica
O dirigente deve estar disposto a entrar em uma relação democrática e de diálogo: escuta e facilita a expressão. Escutar não é só permitir que os demais falem mais é saber animar com palavras e gestos, é fazer perguntas, etc.
Ter uma atitude aberta significa também, reconhecer que frente a um problema determinado, há muitas respostas possíveis, muitos caminhos válidos e muitos pontos de vista. Por isso, o dirigente deve apresentar diversas alternativas e alimentar com informações, a mais completa possível, que permita ao grupo e formando seu próprio ponto de vista.
 Deste modo, ser incentivará entre os membros do grupo, um espírito crítico e de iniciativa.
Para realizar uma atividade educativa nem sempre é necessária a presença de um especialista. Também se pode recorrer a membros do grupo ou a pessoas do setor que tenham experiências e conhecimentos sobre o tema.
Também deve-se cuidar da utilização de técnicas e materiais educativos que tornem possível a participação ativa do grupo.
Além disso, se pode recorrer, em caso de necessidade, a pessoas e instituições locais que tenham experiência neste tipo de atividade.
Em resumo, a educação serve aos setores populares para ter uma maiôs conhecimento da realidade e poder transformar a situação de opressão em que estes vivem.
Através da formação, os membros de uma organização melhoram sua capacidade de expressão começam a ter opiniões frente a realidade e se tornem mais participativos.
Por isto os dirigentes devem preocupar-se em incentivar a educação na sua organização e, sobretudo, devem ter uma atitude educativa que ajude a fazer crescer as pessoas.

            Algumas atitudes educativas são:
·                    Promover o saber, o interesse por conhecer
·                    Enfrentar educativamente os conflitos do grupo
·                    Demonstrar uma atitude aberta e crítica.

6. PAPEL DO DIRIGENTE
O dirigente pode, em grande medida, contribuir para que as organizações funcionem eficientemente. De início deverão ter a capacidade para ir recolhendo os anseios e habilidades dos membros da sua organização e transformá-los em ações concretas e possíveis de serem realizadas. O dirigente terá que ir preparando ações e formas de organizar-se que permitam à sua organização cumprir as metas propostas anteriormente.
Há pelo menos dois fatores de grande importância para a organização e eficiência de um grupo: o planejamento das atividades e a avaliação do trabalho. 

a) O planejamento das atividades
Planejar é pensar agora o que se vai fazer depois. Isto significa, programar dentro do tempo, as atividades de uma pessoa ou de um grupo, deixando claro o que se vai fazer, por que se fará, em que momento e com que recursos.
Planejar as atividades de uma organização tem várias vantagens. Uma delas, é que obriga o grupo a pensar porque serão realizadas determinadas ações e como estas se relacionam com seus objetivos. Isto ajuda a não cair no “ativismo” que é, justamente, realizar uma atividade atrás da outra, sem nenhuma coerência entre elas e sem saber em que direção estão apontando.
Outra vantagem do planejamento é que ele permite prever os resultados que se quer obter com uma atividade determinada, o que permite avaliar com maior facilidade.
Também ajuda a organização a realizar suas atividades de modo mais ordenado e a saber, de antemão, que recursos se necessitará e onde se pode consegui-lo
O planejamento permite prever alguns obstáculos, aqueles que aparecem na execução de uma atividade, o que nos permite tomar medidas para retificá-la e melhorá-la.
Uma boa maneira de planejar, no caso das organizações, consiste em elaborar planos e programas de trabalho onde apareçam as diferentes atividades que se pretende realizar durante um período de tempo.
Agora vejamos, quem deve realizar esse planejamento?
Se queremos que a organização seja participativa, todo o grupo deve ser chamado a dar idéias e opiniões. Mas caberá  ao dirigente, apresentar as proposições a serem discutidas e colocar no papel o planejamento resultantes da diferentes contribuições do grupo. Ainda assim, deverá ir introduzindo momentos de avaliação durante a execução das atividades e após a sua realização.
Há certas perguntas importantes de se fazer ao realizar um planejamento: 

Qual é o problema? 
Qualquer atividade se realiza para enfrentar algum problema. Têm causas que lhes dão origem. Antes de planejar uma atividade determinada será necessário perguntar-se a que problema se pretende responder e refletir sobre suas causas. Isto é o diagnóstico.

O que queremos alcançar? 
Já dissemos que as atividades buscam dar soluções a problemas. Mas seguramente não poderão resolvê-los completamente; por isto é necessário que nas atividades se tenha claro o que se pretendem alcançar, ou seja, seus objetivos. 

O que devemos fazer para alcançar os objetivos?
Para se alcançar os objetivos, deve-se realizar atividades. Podem haver diversos tipos de atividades para se alcançar um mesmo objetivo. O importante é escolher aquelas que o grupo possa realmente assumir. Ou seja, que tenha capacidade, recursos e entusiasmo para levá-las até o fim. 

Como vamos realizar as atividades? 
Uma vez definidas as atividades, haverá  que distinguir quais são as tarefas que se deve realizar. Para cada tarefa, o grupo deverá definir pessoas e comissões encarregadas de cumpri-la. A distribuição das tarefas é um aspectos importante da ação do dirigente e que ele precisa saber fazer. Impor quem deve realizar as tarefas não se sentem comprometidas a realizá-las. O mais adequado é que as tarefas sejam assumidas voluntariamente pelos membros do grupo de acordo com seu interesse, ou quem o dirigente sugira responsáveis pelas tarefas de acordo com suas habilidades.
Ao distribuírem-se as tarefas, o grupo deverá fixar prazos para a realização de cada uma delas. Nem todas as tarefas requerem o mesmo tempo e os membros do grupo devem ter isso em conta ao assumirem a responsabilidade por elas.
Planificar o tempo tem grande importância para que não ocorram atrasos, para que as pessoas não se sobrecarreguem de tarefas que depois não poderão ser cumpridas e para que se possa ter um certo ordenamento das tarefas. 

O que necessitamos para realizar a atividade? 
Qualquer atividade que se faça, demanda certos recursos. Às vezes serão necessários somente recursos humanos, ou sela, pessoas dispostas a trabalhar. Mas quando se trata de atividades de maior envergadura, serão necessários também recursos materiais e inclusive dinheiro.
Os recursos são fundamentais em qualquer planejamento porque definem o que é e o que não é possível realizar. Muitas vezes ocorre o fato de que por não se pensar na questão dos recursos, a realização de uma atividade fica comprometida no meio do caminho, produzindo frustração no grupo.
Um aspecto muito importante é ver como conseguir os recursos. Nem sempre há a necessidade de buscá-los fora do grupo. Também é possível encontrá-los dentro do próprio grupo ou criá-los de forma coletiva. Por exemplo, é  bastante freqüente que as organizações façam rifas para obter algum recurso. 

b) A avaliação 
Avaliar significa rever a prática da organização e verificar seus avanços com relação aos objetivos formulados.
A avaliação poderá realizar-se, desde que a atividade ou o plano de trabalho já tenham sido executados. Isto será útil porque nos permitirá analisar até que ponto foram cumpridas as dificuldades encontradas e quais foram os acertos e erros. Neste tipo de avaliação será conveniente que participem todas aquelas pessoas que levaram adiante a atividade, incluindo outras pessoas que de alguma forma tenham se beneficiado com tal iniciativa.
Mas não devemos avaliar as atividades somente quando já se realizaram: também é necessário avaliá-las ao longo de suas execuções para que se possa introduzir mudanças e corrigir, em tempo, os erros que vão sendo cometidos.
Ao avaliar uma atividade ou um plano de trabalho é conveniente fazer-se algumas perguntas que possam guiar o processo de avaliação:

·                    Foram cumpridos os objetivos propostos?
Ø    Que dificuldades (pessoais, do grupo ou da população) se encontraram para alcançar os objetivos?
Ø    Que aspectos contribuíram para que fossem atingidos os objetivos? 
·                    Foram cumpridos outros objetivos?
Ø    As atividades tiveram outros resultados positivos ou negativos não esperados? 
·                    Como se organizou o grupo para realizar a atividade?
Ø    O grupo todo participou da execução das tarefas? Os responsáveis cumpriram com suas tarefas? Foram cumpridos os prazos estabelecidos? 
·                    Como se utilizaram os recursos?
Ø    Faltaram recursos? Se esbanjaram recursos? Se buscaram os recursos próprios do grupo? 
·                    Quais foram os custos?
Ø    Valeu a pena realizar a atividade? 
Na organização, não é suficiente avaliar somente as atividades. Podem ocorrer problemas de funcionamento ou de relacionamento pessoal no grupo, que se não são enfrentados no momento adequado, podem converter-se em conflitos difíceis de serem resolvidos. Por isso, a avaliação permanente da organização é uma tarefa necessária, sendo que cabe ao dirigente tornar-se seu principal estimulador. A avaliação, assim entendida, pode converter-se em uma importância ferramenta para a eficiência e em um espaço de participação para todos os membros do grupo.

            Existem distintas formas de avaliar em uma organização:
·                    Pode fazer-se individualmente, preenchendo uma pauta de perguntas.
·                    Pode-se fazer uma avaliação grupal, em que se respondam perguntas em pequenos grupos,
·                    Outra modalidade consiste em se fazer entrevistas individuais ou em pequenos grupos; isto ajuda a resgatar a opinião dos participantes com mais profundidade.
Outra forma de avaliar, que pode ser de grande utilidade nas organizações, é a auto-avaliação, isto quer dizer que cada membro do grupo avalia a si mesmo com relação à  sua participação nas tarefas da organização. A auto-avaliação supõe ter uma grande capacidade autocrítica, saber reconhecer suas contribuições e erros. Isto não é nada fácil, pois exige que opinemos sobre nós mesmos.
Por exemplo, é muito comum encontrar-se atitudes defensivas, em que as pessoas são incapazes de reconhecer seus erros, e acham que tudo que fazem está muito bem. Mas também, por vezes, ocorre a atitude contrária, que acentua todos os aspectos negativos, culpando-se por eles, sem reconhecer as contribuições positivas que foram dadas ao grupo.
É preciso entender a auto-avaliação como um dos componentes da avaliação, que traz informação específica sobre os participantes do grupo: o que aprenderam, que obstáculos encontraram e em que falharam. Esta informação, de caráter mais pessoal, é muito importante para avaliar os resultados da atividade.
Em resumo, o dirigente tem grande importância para que a organização funcione de maneira eficiente. Seu papel será  de ir propondo atividades e formas de organizar-se que permitam ao grupo cumprir suas metas. Pra isso, é necessário planejar e avaliar aquilo que se faz. Planejar é pensar antes o que se vai fazer em seguida. O planejamento pode realizar-se respondendo a certas perguntas: qual é o problema que se quer enfrentar? O que se quer alcançar? Como se vai realizar? O que é necessário para fazê-lo?
Avaliar significa rever as atividades que a organização realiza e analisar se foram cumpridos os objetivos inicialmente propostos, se se alcançaram outros objetivos que não haviam sido previstos e quais foram as dificuldades, os acertos e os erros.

Tomado de:
PIIE: programa interdisciplinario de investigaciones em educacion
CIDE: centro de investigacion y desarrollo de la educacion
(algumas partes do documento foram modificadas levemente, para adaptá-las a nossa situação) – Equipe alforja

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