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Não é a consciência do homem que determina o seu ser, mas, pelo contrário, o seu ser social é que determina a sua consciência.” *Kal Marx “os comunistas nunca devem perder de vista a unidade da organização sindical. (Isto porque) a única fonte de força dos escravos assalariados de nossa civilização, oprimidos, subjugados e abatidos pelo trabalho, é a sua união, sua organização e solidariedade” *Lenin

sexta-feira, 2 de setembro de 2016

Em dia de luto, Senado enterra a democracia e dá golpe

Maior atingida será a classe trabalhadora. Mas data marca também o início de uma nova etapa de luta

Escrito por: Vagner Freitas / CUT Nacional


A presidenta Dilma foi definitivamente afastada pelo Senado Federal, apesar de não ter sido provado nenhum crime de responsabilidade. O golpe na democracia afetará profundamente a vida dos trabalhadores e trabalhadoras do campo e da cidade e dos brasileiros e brasileiras que mais precisam da manutenção e ampliação dos direitos e das políticas públicas, tanto hoje quanto no futuro. Não se trata de uma simples troca de comando e, sim, da usurpação dos destinos do Brasil por uma parcela da classe política, do judiciário e da imprensa que quer o poder a qualquer preço. 

Foto: CUT
O julgamento, todos viram, foi um desfile da hipocrisia e de covardia dos parlamentares pelos corredores e no plenário do Congresso Nacional. Como “juízes”, lá estavam muitos senadores que são réus e estão sendo processados pelo Supremo Tribunal Federal por corrupção e outros crimes. Sem o menor constrangimento, se sentiram no direito de julgar uma presidenta inocente, que não cometeu nenhum crime, não têm contas no exterior, nem foi acusada de corrupção e que foi eleita de forma legítima por mais de 54 milhões de brasileiros e brasileiras.
Os mentores da estratégia golpista, Eduardo Cunha, réu no STF e com contas milionárias no exterior, e Michel Temer, citado por delatores da Lava-Jato, saíram dos subterrâneos onde sempre atuaram e se uniram ao perdedor das eleições, Aécio Neves, para viabilizar o golpe. Agora, exibem descaradamente suas facetas conspiratórias e cínicas à luz do dia, protegidos pelos barões da mídia, latifundiários, executivos de empresas multinacionais, banqueiros e tantos outros oportunistas.
Os ataques aos direitos sociais e trabalhistas do governo golpista de Temer é a melhor demonstração de que os empresários, do Brasil e do exterior, financiaram o golpe e, agora, estão cobrando reformas trabalhista e previdenciária.
Isso significa redução ou extinção de direitos conquistados com muita luta, desde a CLT de 1943 até os programas sociais da Constituinte de 1988, que têm feito o Brasil, embora mais lentamente do que desejaríamos, deixar de ser um país de miseráveis, famintos, analfabetos, doentes, sem moradia e água tratada, sem emprego, sem atendimento odontológico e médico.
Todas as propostas divulgadas até agora pelos golpistas são contra os interesses da classe trabalhadora. A última delas, o corte de verbas para os programas de alfabetização, já foi anunciada oficialmente pelo governo ilegítimo. O congelamento de gastos públicos por 20 anos, atrelados somente à correção da inflação, vai deixar milhões de pessoas sem os já modestos, porém essenciais, serviços de saúde, educação, segurança e lazer hoje existentes. O ministro ilegítimo da Saúde já disse que o SUS, por exemplo, é excessivamente grande e, portanto, precisaria ser cortado, diminuído, desmontado. O da Educação já anunciou a redução ou extinção de programas como o Ciências Sem Fronteiras, entre outros.
Está nos planos dos golpistas também um ataque brutal às leis trabalhistas, à carteira de trabalho e a todos os direitos delas decorrentes, como 13º, férias remuneradas, horas extras, descanso semanal e outros. Outra proposta, o negociado sobre o legislado, abandona os trabalhadores e trabalhadoras à própria sorte, colocando-os para negociar os direitos contidos na CLT diretamente com os empresários, sem a proteção adequada e sem regras. A mira destruidora dos golpistas já foi apontada para acabar com a política de valorização do salário mínimo e também se volta contra aposentados e pensionistas, com anúncio de medidas como a redução de até 40% do valor dos benefícios, a desvinculação dos reajustes dos benefícios do salário mínimo e o aumento da idade mínima para 65 ou 70 anos.
O jogo contra o povo é bruto, cruel.
Direitos recentemente conquistados, como mecanismos de proteção à vida e à dignidade das mulheres, dos negros, dos indígenas, da população LGBT, são alvo de ataques e zombarias. Um exemplo disso são as cotas no ensino superior para os estudantes egressos das escolas públicas, tão essenciais na superação das desigualdades e falta de oportunidades seculares.
Com a injusta cassação da Dilma, golpistas ganham liberdade inédita para atacar o nosso futuro e o do país também. A CUT e os movimentos sociais vão lutar contra retrocessos.
A destruição da dignidade e o desprezo pelo povo e, em consequência, pelo Brasil, não se dará apenas internamente.
Diante do mundo, o governo ilegítimo já anuncia a venda da Petrobrás e de suas jazidas de petróleo do pré-sal e a privatização de estatais como o Banco do Brasil, a Caixa, os Correios e as empresas de energia. Os golpistas também querem a liberação da venda de terra para estrangeiros, comprometendo nossa produção de energia e o uso da água. Querem a liberação do espaço aéreo. Enfim, querem leiloar a nossa soberania nacional na bacia das almas.
As medidas são a resposta dos parlamentares e do golpista Temer e sua equipe aos financiadores do golpe, empresários que exigem medidas que garantam mais e mais lucros e menos direitos para os trabalhadores e as trabalhadoras.
A CUT, seus sindicatos filiados e os movimentos sociais que conosco sempre estiveram fizeram tudo que estava ao nosso alcance para impedir esse golpe.
Não queríamos barrar o golpe simplesmente para defender a pessoa Dilma – cuja honestidade e seriedade já seriam suficientes para tanto – mas para impedir a onda conservadora que se agiganta ao redor, a perda de direitos, o retrocesso.
Com todas as dificuldades do seu governo, sabíamos que Dilma jamais apontaria suas baterias para levar o Brasil ao atraso. Ao contrário, assim como o presidente Lula, Dilma tudo fez para resguardar o país da crise internacional que castiga o mundo desde 2008.
De nossa parte, sempre apontamos aquilo que julgávamos errado, como o ajuste fiscal tão elogiado por aqueles que agora a levam ao cadafalso. Fizemos mobilizações, greves no setor público e privado, passeatas, reuniões, audiências e negociações para pressionar o governo a manter o rumo do desenvolvimento com a imprescindível luta por justiça social.
Hoje, neste dia de luto, daremos início a mais um ciclo de luta pela retomada da democracia. Para o mês de setembro, a CUT já marcou um Dia Nacional de Paralisação, um Esquenta Greve Geral contra a retirada de direitos, no dia 22.
Tudo faremos para organizar nossos filiados e os não filiados para combater o desemprego e impedir a retirada de direitos. Conosco estarão alguns companheiros e companheiras que nos orgulham pela mesma vocação democrática, a exemplo de artistas, intelectuais e juristas que também denunciaram o golpe, aqui e ao redor do mundo.
É um momento de profunda tristeza para nós. Tristeza que vai se espalhar até nos corações dos indiferentes, quando notarem, a despeito do silêncio da mídia, que o projeto dos golpistas é rasgar a Constituição de 1988. Mas a tristeza não nos fará abaixar a cabeça nem quebrar o espírito de luta da classe trabalhadora. Porque tudo o que conquistamos foi fruto da luta e da persistência.
Exerceremos resistência diária e aguerrida contra os inimigos da pátria. Não estamos sós, ocuparemos todos os espaços e, da mesma maneira que já fizemos antes, combateremos o arbítrio e a tirania, sempre em defesa da democracia, da participação popular, da distribuição de renda, justiça social e direitos da classe trabalhadora.
Até a vitória.
Vagner Freitas, presidente nacional da CUT

Contra impeachment e pela democracia, Contracs reúne dirigentes sindicais em acampamento dos trabalhadores/as em Brasília

Com esperança, contra o golpe e pela democracia, Confederação acompanha momentos finais do julgamento de impeachment

Escrito por: Adriana Franco e Eris Dias/Contracs

Foto: Adriana Franco e Eris Dias/Contracs
Nesta segunda-feira (29), a Confederação Nacional dos Trabalhadores no Comércio e Serviços da CUT (Contracs/CUT) esteve em frente ao Senado Federal em apoio à presidenta Dilma Rousseff, que depõe no processo golpista de impeachment.
A Confederação, que acredita que o processo é um golpe contra a democracia, os direitos trabalhistas e sociais, reúne cerca de 80 dirigentes do ramo do comércio e serviços de todo o País junto ao acampamento dos trabalhadores/as em frente ao Estádio Mané Garrincha, em Brasília.
Durante o discurso da presidenta Dilma Rousseff, a Confederação e diversos militantes acompanharam o áudio por meio de uma caixa de som improvisada em frente ao Senado.
Dilma, em seu discurso, afirmou que “O que está em jogo são as conquistas dos últimos 13 anos: os ganhos da população, das pessoas mais pobres e da classe média; a proteção às crianças; os jovens chegando às universidades e às escolas técnicas; a valorização do salário mínimo; os médicos atendendo a população; a realização do sonho da casa própria.”
Este é o mesmo sentimento de Edilson Souza Silva, diretor do Sindilimpeza Cubatão. “Importante manter a Dilma no poder para manutenção de direitos conquistados, uma vez que o governo Temer prejudica os trabalhadores. Independente do resultado do julgamento que acontece hoje, a luta por melhorias permanecerá”, declarou.
Foto: Adriana Franco e Eris Dias/Contracs
Já Bartolomeu Pacheco, da Federação dos Trabalhadores em Empresas de Auto Escola, Centro de Formação de Condutores categoria A e B, Despachante e Transporte Escolar do Estado de São Paulo (Fetraadete-SP) protestou e alegou que há força contrária ao golpe. “Temos que mostrar para essa imprensa podre que temos força. Estamos representando os trabalhadores que não puderam vir à Brasília, mas que já compreenderam que há Golpe e que o retrocesso não será permitido”.
Dilma em seu depoimento também ressaltou a organização permanente do movimento social contrário ao processo em curso: “Por meio de manifestações de rua, reuniões, seminários, livros, shows, mobilizações na internet, nosso povo esbanjou criatividade e disposição para a luta contra o golpe.”
A coordenadora da regional Sul da Contracs, Mara Feltes, destacou que as mulheres sentem-se julgadas juntamente com a presidenta. “Nos sentimos duplamente golpeadas. O primeiro é o afastamento político porque ela não cometeu crime de responsabilidade e o outro é pelo fato de ser uma mulher, pois está claro que há uma questão de gênero em jogo”,
A presidenta afastada e em julgamento fez a mesma comparação em seu discurso reiterando não apenas a misoginia presente no processo de impeachment como também o apoio fundamental recebido de diversas mulheres. “As mulheres brasileiras têm sido, neste período, um esteio fundamental para minha resistência. Me cobriram de flores e me protegeram com sua solidariedade. Parceiras incansáveis de uma batalha em que a misoginia e o preconceito mostraram suas garras, as brasileiras expressaram, neste combate pela democracia e pelos direitos, sua força e resiliência. Bravas mulheres brasileiras, que tenho a honra e o dever de representar como primeira mulher Presidenta do Brasil.”
Apesar de tudo, a esperança se mantém. “Faço um apelo final a todos os senadores: não aceitem um golpe que, em vez de solucionar, agravará a crise brasileira. Peço que façam justiça a uma presidenta honesta, que jamais cometeu qualquer ato ilegal, na vida pessoal ou nas funções públicas que exerceu. Votem sem ressentimento. O que cada senador sente por mim e o que nós sentimos uns pelos outros importa menos, neste momento, do que aquilo que todos sentimos pelo país e pelo povo brasileiro. Peço: votem contra o impeachment. Votem pela democracia.” finalizou Dilma no Senado.
Com a mesma esperança, o secretário jurídico da CUT Nacional, Valeir Ertle disse que “O Golpe é conta os trabalhadores e contra a população brasileira. A CUT sempre alertou sobre esta afronta aos trabalhadores. Esperamos que o Golpe não se concretize e, após a reintegração, buscaremos novos caminhos, propondo um novo governo, com investimento na economia e que garanta direitos dos trabalhadores”.

Contracs participa de evento com Dilma Rousseff em defesa da democracia

Confederação dará sequência a uma série de atividades contra o golpe em curso

Escrito por: Eris Dias/Contracs


A presidente afastada Dilma Rousseff esteve ontem com diversas entidades dos movimentos sociais e trabalhistas no ato em Defesa da Democracia, que aconteceu às 19h no Teatro dos Bancários, em Brasília, sob a coordenação da Frente Brasil Popular (FBP). O Evento foi o último encontro da presidenta com o público, antes do processo de julgamento de impeachment que enfrenta no Senado, mesmo não tendo cometido nenhum crime de responsabilidade, o que evidencia o Golpe.

Foto:: Eris Dias/Contracs


A diretoria executiva da Confederação Nacional dos Trabalhadores no Comercio e Serviços (Contracs/CUT) participou do encontro que dará sequência a uma série de atividades contra o Golpe em curso. Indagado sobre a grave situação, o presidente da Confederação, Alci Matos garantiu que os trabalhadores estarão em constante vigília para o reestabelecimento da democracia. “O nosso empenho sempre foi o de motivar os trabalhadores/as do ramo do comércio e serviço sobre as questões de classe e também conjunturais. Estaremos presentes no momento exato para fazer com os senadores indecisos defendam que não existe culpa, e dessa forma, prevalecer um dos direitos que considero sagrado, que é o da democracia”, definiu Alci.

“Volta Dilma, Volta querida”!

Foto:: Eris Dias/Contracs

"Depois de tudo que vivi, não imaginaria ver novamente a ordem constitucional e a democracia serem atacadas. Com mesma resistência que combati a ditadura militar, estou disposta a lutar e combater o Golpe que aí está, vamos reestabelecer a democracia, aprofundá-la e continuar lutando sempre”, declarou Dilma Rousseff ao mencionar a traição do golpista Michel Temer, que já pôs em curso a agenda programática para a retirada de direitos sociais e trabalhistas, além da entrega do patrimônio estatal ao capital estrangeiro.
A alguns dias do processo de julgamento, Dilma considera que é preciso observar as razões que levaram a criá-lo. Na ocasião, reiterou que o Golpe é resultado de quatro derrotas da elite pelos representantes do povo, o que foi mais provocado com a reeleição da presidenta em 2014. “Foram 54,5 milhões de votos que optaram pelo fortalecimento do Estado e da inclusão social”, lembrou. Segundo Dilma, o Golpe também é responsabilidade de setores da imprensa brasileira que, em âmbito internacional, vem sofrendo perdas consideráveis de credibilidade.
Tem que permanecer no pódio
A presidenta também considera que os golpistas ferem o orgulho competitivo da nação, pois não manterão programas sociais voltados para ao esporte, impossibilitando novas conquistas em competições internacionais, como aconteceu nas Olimpíadas Rio 2016. “Votamos a favor do Brasil Medalhas, onde ajudamos atletas masculinos e femininos, destacando aqui, a medalha de ouro no judô, em que a atleta, além de ter origem humilde é defensora do movimento LGBTT”, comentou ao mencionar a medalhista olímpica, Rafaela Silva.
Sobre sua defesa, Rousseff reafirma que não desistirá de lutar contra os golpistas. “Sou não apenas a primeira mulher presidenta, mas a primeira de muitas mulheres que um dia virão a ser presidenta também. Não renuncio porque não cometi crime, por isso vou ao plenário do Senado (ovacionada) defender a democracia que represento e defender os interesses legítimos do povo brasileiro”, concluiu.



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