Em artigo, secretário da Contracs aponta importância de categoria lutar por melhores condições de trabalho.
De acordo com dados do INSS, em 2017,
mais de 22 mil trabalhadores foram afastados de suas atividades por mais de 15
dias por conta de lesões por esforço repetitivo e doenças osteomusculares
relacionadas do trabalho (LER/Dort). O equivalente a 11,19% de todos os
benefícios concedidos no ano.
Neste 28 de fevereiro em que celebramos
o Dia da Consciência sobre Lesões por Esforço Repetitivo, os números demonstram
que o ambiente de trabalho continua a adoecer que produz e a tendência, com a
precarização das leis trabalhistas aprofundada por Jair Bolsonaro, é que os
números piorem.
Entre as doenças mais comuns estão àquelas
relacionadas a atividades que exigem força, como punho ou elevação dos braços
acima da linha dos ombros, mas especialistas apontam que o estresse também pode
proporcionar problemas. São sequelas dessas atividades tendinite, tenossinovite
e bursite.
Também estão mais vulneráveis os grupos
que exercem atividades repetitivas como os trabalhadores bancários, de
supermercados, de frigoríficos, telemarketing, cozinhas, das indústrias,
eletrônica, de veículos, têxtil e atacadistas.
Num Brasil que aposta no trabalho
intermitente, aquele em que o empregado só recebe por hora trabalhada, e em que
pretende substituir o emprego formal para os jovens que ingressam no mercado
pela ‘carteira verde-amarela’, com menos direitos, não é necessário penar muito
para concluir que teremos vítimas de adoecimento cada vez mais cedo.
Ruim para o trabalhador e também para os
serviços de saúde que terão de tratar dos doentes. Isso se ainda houve serviço
público no Brasil após o governo de extrema-direita que elegeu os pobres como
obstáculos para o desenvolvimento.
A melhor forma de combater esses males é
a prevenção, mas com trabalhadores cada vez menos integrados aos ambientes da
empresa, teremos também cada vez menos empregadores preocupados em oferecer
condições dignas.
Com a modificação das formas de
contratação e inclusão de modelos como o trabalho temporário e intermitente, o
teletrabalho e o home office, o controle sobre as jornadas se torna muito
menor. Para piorar, tivemos com a reforma trabalhista a regulamentação da
jornada de 12 horas.
Após a destruição do Ministério do Trabalho, Bolsonaro também desmobilizou a Comissão Tripartite Paritária e Permanente, formada por empregadores, trabalhadores e governo, para construir e negociar as normas regulamentadores, em especial a NR-17, que trata da saúde no ambiente laboral.
Após a destruição do Ministério do Trabalho, Bolsonaro também desmobilizou a Comissão Tripartite Paritária e Permanente, formada por empregadores, trabalhadores e governo, para construir e negociar as normas regulamentadores, em especial a NR-17, que trata da saúde no ambiente laboral.
Da mesma forma, o corte em investimentos
do governo na fiscalização e a visão do presidente de que a atuação de
auditores-fiscais é prejudicial ao país deixa os maus empregadores livres para
oferecer uma estrutura precária e aprofundar o assédio moral e a pressão por
metas inalcançáveis e a execução exaustiva de tarefas, como já vemos no setor de
comércio e serviços.
Sob este governo e com as novas regras trabalhistas, temos também os trabalhadores excluídos da gestão de saúde no local de trabalho. Uma lástima em especial para o setor do comércio e serviços que já sofre com o avanço das novas tecnologias, responsáveis por manter o empregado cada vez mais ligado a suas tarefas.
Sob este governo e com as novas regras trabalhistas, temos também os trabalhadores excluídos da gestão de saúde no local de trabalho. Uma lástima em especial para o setor do comércio e serviços que já sofre com o avanço das novas tecnologias, responsáveis por manter o empregado cada vez mais ligado a suas tarefas.
Mais do que nunca, o Dia da Consciência sobre Lesões
por Esforço Repetitivo ganha importância como uma data de luta conjunta de
todas as categorias pela prevenção do adoecimento e em defesa de condições
decentes para toda classe trabalhadora.