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Não é a consciência do homem que determina o seu ser, mas, pelo contrário, o seu ser social é que determina a sua consciência.” *Kal Marx “os comunistas nunca devem perder de vista a unidade da organização sindical. (Isto porque) a única fonte de força dos escravos assalariados de nossa civilização, oprimidos, subjugados e abatidos pelo trabalho, é a sua união, sua organização e solidariedade” *Lenin

domingo, 6 de julho de 2014

Nunca deixe roubar seu sonho quel é do tamanho dos seus sonhos



Nunca deixe ninguém dizer que você não pode fazer alguma coisa. Se você tem um sonho, tem que correr atrás dele. As pessoas não conseguem vencer, e dizem que você também não vai vencer. Se quer alguma coisa, corre atrás. 

domingo, 4 de maio de 2014

Sindicalistas realizam Conferência de Saúde do Trabalhador da CUT


CUT convoca militância para ações em defesa da saúde do trabalhador.

Próxima segunda (28) é Dia Mundial em Memória das Vítimas de Acidentes e Doenças de Trabalho; no final do ano tem a 4ª Conferência Nacional de Saúde do Trabalhador


A I Conferência Nacional de Saúde do Trabalhador da CUT ocorre em um ano com importantes agendas: Plenária da Central, Copa do Mundo e eleições. Agrega-se a esta lista mais dois eventos de grande relevância para a militância CUTista: o Dia Mundial em Memória das Vítimas de Acidentes e Doenças de Trabalho e a 4ª Conferência Nacional de Saúde do Trabalhador.
Presentes na Conferência da CUT nesta quinta-feira (24), o secretário nacional de Administração e Finanças da Central, Quintino Severo, e o diretor executivo, Rogério Pantoja, destacaram a importância do evento que além de estimular a reflexão, vai apontar em suas resoluções a política a ser implementada pela Central nos espaços de atuação. “O resultado dessa Conferência vai ajudar a nossa militância a enfrentar a conjuntura atual, com um mundo de trabalho modificado pelas novas tecnologias”, salientou Quintino.
Um dos desafios citado pelo dirigente é o de aprofundar a democratização das relações de trabalho. O conservadorismo patronal impede, hoje, a organização sindical nas empresas. Mecanismos adotados pelos sistemas de gestão em saúde e segurança na maioria das empresas, como a CIPA (Comissão Interna de Prevenção de Acidentes de Trabalho), são insuficientes para enfrentar os problemas. “São instrumentos não dão conta de prevenir e proteger o trabalhador. Precisamos transformá-los para que dirigentes tenham liberdade e autonomia para fazer a ação sindical”, assinalou.
Luta e reflexão - A próxima segunda-feira, 28 de abril, marca o Dia Mundial em Memória das Vítimas de Acidentes e Doenças de Trabalho. Uma data de luta e reflexão.
A inciativa partiu de sindicatos canadenses em virtude de um acidente numa mina no estado de Virgínia, Estados Unidos, que matou 78 trabalhadores em 1969.
No Brasil, a data foi reconhecida pelo governo no ano de 2003. Já em 2005 foi promulgada a lei 11.121 que instituiu o Dia Nacional em Memória das Vítimas de Acidentes e Doenças do Trabalho. Desde então, as centrais sindicais realizam ações conjuntas sempre com um tema específico.
Para este ano, o tema escolhido foi ‘assédio moral no trabalho e violência organizacional adoecem e podem matar!’, com o propósito de discutir a tramitação de projetos de Lei que estão no Congresso Nacional.
Caso do PL 7.202/10 que teve uma efetiva participação da CUT na sua construção. O texto propõe alterações na Lei Previdenciária e tipifica a ofensa moral como acidente de trabalho. “Vamos iniciar a partir do dia 28 uma campanha para pressionar o Congresso Nacional e acelerar a tramitação desses projetos”, afirmou Plinio Pavão, assessor da Secretaria Nacional de Saúde do Trabalhador da CUT. “Precisamos de uma legislação que criminalize e penalize as empresas e proteja os trabalhadores”, disse.
O deputado federal Vicentinho (PT-SP) convocou para o dia 29 de abril uma audiência cujo propósito é discutir justamente o teor e as formas de agilizar a tramitação de diversos Projetos já existentes em ambas as casas legislativas. A audiência está marcada para as 9h no auditório Freitas Nobre anexo IV - subsolo da Câmara dos Deputados.
O parlamentar também foi autor da proposta de criação da Frente Parlamentar em Defesa da Segurança e Saúde no Trabalho, que está em vigor desde o ano passado.
Exercício de cidadania - Quase dez anos depois da última Conferência, o governo federal convocou para os dias 10 a 14 de novembro deste ano, a 4ª Conferência Nacional de Saúde do Trabalhador.
A realização desta Conferência é uma conquista importante, resultado da luta promovida no interior da Comissão Intersetorial de Saúde do Trabalhador (CIST) que é presidida pelo companheiro Geordeci Menezes de Souza, representante da CUT no Conselho Nacional de Saúde (CNS).
Tem como mote ‘saúde do trabalhador e da trabalhadora: direito de todos e todas e dever do Estado’, culminando no debate sobre a implementação efetiva da Política Nacional de Saúde do Trabalhador e da Trabalhadora (PNSTT) instituída pela portaria 1.823 em agosto de 2012. “O objetivo é que a sociedade passe a conhecer a Política para participar e cobrar ainda mais a sua implementação, pois abrange todos os trabalhadores, sejam homens e mulheres, independente de sua localização, inserção no mercado de trabalho ou vínculo empregatício”, atentou Geordeci.
Umas das problemáticas apontadas por ele é que não existe hoje no âmbito do SUS (Sistema Único de Saúde) uma preocupação com a saúde do trabalhador, apesar da Política Nacional delinear suas responsabilidades. “O responsável pela perícia, por exemplo, é o INSS. Se um trabalhador faz uma série de exames complexos no SUS e os leva para análise na Previdência muitas vezes acabam sendo rejeitados. É um desperdício de dinheiro público porque esse trabalhador é obrigado a refazer os exames”, criticou.
A secretária Nacional de Saúde do Trabalhador da CUT, Juneia Martins Batista, fez um chamado a militância CUTista para que se faça presente nas etapas preparatórias. “A CUT tem que ser mais uma vez pioneira, como sempre foi nas outras conferências. Temos uma enorme responsabilidade para que está 4ª Conferência saia com a cara da Central e com boas resoluções que garantam um acúmulo de direitos para os trabalhadores.”

Saúde é tema de conferência dos trabalhadores da CUT


NA I CONFERÊNCIA DE SAÚDE DO TRABALHADOR DA CUT, ESPECIALISTAS COBRAM MAIOR TRANSPARÊNCIA E ACESSO DOS TRABALHADORES AOS DADOS OFICIAIS.

Combater o adoecimento e os acidentes de trabalho exige estado forte e maior intervenção sindical

Painel da Conferencia 
Iniciou na manhã desta quarta-feira, dia 23, a I Conferência Nacional de Saúde do Trabalhador da CUT no Centro Municipal de Educação Adamastor, espaço permanente de cultura na cidade de Guarulhos (SP).
Na abertura, a secretária nacional de Saúde do Trabalhador da CUT, Juneia Martins Batista, apresentou a programação e a dinâmica da Conferência, que reúne representantes de todas as regiões do País, dos mais variados ramos que compõem a Central, para debater, elaborar e propor ações que vão a balizar a política da CUT no próximo período. “É um debate crucial para a vida do trabalhador”, resumiu.
Secretario de Saúde e Segurança do trabalhador da CONTRACS,
Domingos Braga Mota
Existe ainda no movimento sindical uma dificuldade em compreender a saúde do trabalhador como prioridade, assim como são as questões econômicas e políticas. “Daí a relevância do tema central desta Conferência: consolidar a Política de Saúde do Trabalhador da CUT”, exaltou Eduardo Guterra, secretário adjunto da pasta. “A nossa Secretaria está completando cinco anos (criada no 10º CONCUT)  e todo acúmulo que temos hoje se deve a luta de tantos militantes nestes 30 anos de história da nossa Central”, completou.
A solenidade de abertura contou também com a presença do prefeito da cidade de Guarulhos, Sebastião Almeida. Ele revelou sua satisfação em estar sediando mais um evento ‘da maior central sindical do País’. “Se temos hoje um País diferente devemos muito ao movimento sindical, em especial a CUT, que ergueu a cabeça do trabalhador e mostrou que era possível construir uma nova realidade“, disse. Para ele, saúde do trabalhador é um preceito fundamental na garantia da qualidade de vida do povo brasileiro.
Exploração do capital, trabalhador adoecido -  O professor de Sociologia da Unesp (Universidade Estadual Paulista) de Marília, Giovanni Alves, tem reservado parte de seus estudos e reflexões à questão do adoecimento laboral. Com uma pesquisa ampla envolvendo diversos setores econômicos, o prognóstico é preocupante: o capital está moendo as mais diversas categorias. “Hoje, o mundo do trabalho é adoecido”, disse.
Aproveitando o espaço, o professor lançou para a militância CUTista o livro ‘Dimensões da Precarização do Trabalho no Século XXI’, que é o seu primeiro esforço para mapear as novas formas de precarização do trabalho. “O capitalismo global levou a degradação humana e o Brasil é parte desta engrenagem”, ressaltou.
Para explicar tal degradação o professor apresentou alguns aspectos relacionados a subjetividade, individualidade e sociabilidade, sejam as mudanças no modelo de produção e gestão toyotista que se acopla as novas tecnologias informacionais e impacta na dinâmica da vida humana, como também nas relações sociais, espaço públicos de lazer, mobilidade urbana, consumismo. “O capitalismo se desenvolveu e aprimorou seu modelo de exploração, a cultura do neoliberalismo trouxe a individualidade e desmontou o coletivo na mobilização, na consciência, nas palavras. Não se fala mais em classe social e isso é fruto da manipulação ideológica.”
Giovanni Alves vê como única saída a emancipação da sociedade e a democratização radical na iminência de consolidar uma política efetiva de combate ao adoecimento laboral. “E é por isso que devemos ir para além da questão epidemiológica, fazer uma movimentação social, uma luta ideológica para mudar a correlação de forças e construir uma nova forma de estado que possa combater esta gestão mórbida do capital.”
Ele sugeriu também uma maior aproximação entre pesquisadores e lideranças do movimento sindical para conscientizar, esclarecer e expor a sociedade as mazelas da exploração do trabalhador. “E a CUT tem um papel importante, construindo inclusive, uma formação sindical vinculada à saúde”, disse. “Sindicalismo é saúde, porque trabalhadores que lutam tem menos chance de adoecer”, complementou.
Libertar a informação – Os especialistas que participaram dos debates no período da tarde trataram da necessidade de abrir a caixa preta dos órgãos estatais e institutos de pesquisas sobre dados que revelam o lado perverso do ambiente de trabalho.
Um dos exemplos, citou o doutor Guilherme Delgado, é a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), que deixou de divulgar uma pesquisa sobre o índice de contaminação dos alimentos. Resultado do modelo do agronegócio, que privilegia o uso de agrotóxicos para produção em larga escala com prejuízos à saúde da população.
Um sistema estritamente mercantil, acrescentou, que gera impactos sobre a natureza, contamina as águas e, com isso, provoca mudanças que afetam, inclusive, as cidades, por conta das mudanças climáticas. Além disso, a monocultura de produtos como soja e cana destrói a biodiversidade.
Delgado defendeu que a única maneira possível e sustentável de frear esse processo é promover a reforma agrária.
“A reforma agrária, muitas vezes vendida pela mídia como destruidora de terra, tem tudo a ver com a saúde, porque trata da alimentação saudável, da preservação da água e da biodiversidade. Trata da sanidade ambiental. O Estado está inadimplente com a função social da terra e também com a vigilância sobre os produtos industrializados, que contém excesso de sal, açúcar, gordura e conservantes. Esse controle deve ser feito pelo poder público e na pelo consumidor”, disse.
O professor ressaltou ainda que o agronegócio é um grande explorador de mão de obra e isso afeta diretamente a saúde da classe trabalhadora. “De 2005 para cá, a concessão de benefícios por incapacidade emitidos pelo INSS dobrou, especialmente, por conta de doenças dos sistemas ósseo e muscular, envenenamento e transtornos mentais, fatores muito comuns para trabalhadores do setor.”
Feito para não funcionar – O também professor Heleno Correa aproveitou o ganho para falar da necessidade de deixar de avaliar o nexo causal (causa do adoecimento) individualmente. “Não podemos permitir que o nexo causal seja visto apenas a partir de cada trabalhador, que conta seu problema ao médico, único responsável por avaliá-lo. Devemos entender os efeitos de determinadas atividades sobre um conjunto de trabalhadores para que possamos tem um mapa real. Dobramos a massa de mercado formal, mas também, como bem disse o professor Delgado, também duplicamos os doentes crônicos e acidentados”, avaliou.
Heleno acredita que há um sistema feito para não funcionar e dificultar a luta das entidades sindicais por condições decentes no local de trabalho.
“Os dados do IPEA (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) não saem, os do INSS não chegam nem ao Ministério da Saúde, que por sua vez não fornece a informação ao Ministério da Previdência, que não dialoga com o Ministério do Trabalho, que também não quer fazer o controle de acidentes. Esse silêncio é inconstitucional e existe para proteger o Capital”, criticou.

A reação a esse cenário, apontou, deve incluir uma transição justa. Para ele, não basta que as empresas sejam impedidas de manter uma atividade prejudicial à saúde da sociedade e gerem uma massa de desempregados.

 É preciso que sejam obrigadas a reparar o dano ambiental, na infraestrutura das cidades e que os gestores públicos avaliem como a mudança afetará a economia local.
Delegação do Ramo da CONTRACS
Ainda sobre a responsabilidade das empresas, Correa alerta para a necessidade de as entidades sindicais atuarem com o objetivo de impedir que o trabalhador seja considerado culpado pelo acidente. E exemplificou com o caso das mortes de operários na construção do estádio Itaquerão, em São Paulo, onde acontecerá a abertura da Copa do Mundo deste ano.
“Quem foi que mandou acelerar o trabalho, colocando em perigo a vida que desapareceu ali? No Brasil, temos homens e mulheres que primeiro entram no canteiro de obras e depois vão fazer cursos. Não podemos mais permitir isso, como não podemos também negociar vida, porque enfrentamos a chantagem do Capital, que nos diz ter pouco tempo para aproveitar o bom momento, que passará”, falou.
Uma das formas de o Capital exercer essa pressão é por meio da entrada no Sistema Único de Saúde (SUS) com o argumento do tripartismo, iniciativa que deve ser aprofundada na Conferência Nacional de Saúde, agendada para outubro. “As centrais sindicais não podem ceder a essa chantagem. O SUS é bipartite, organizado por usuários e governo, e querem que o empresário dê as cartas também. O risco é grande, porque as empresas privadas que atuam na saúde e no agronegócio financiam e compram a consciência de deputados e senadores para que defendam seus interesses. O direito à vida deve ser prioridade.”
Mentira da sustentabilidade – Também doutora e representante da Fundação Jorge Duprat Figueiredo de Segurança e Medicina do Trabalho (Fundacentro), Maria Maeno explica como as empresas mascaram o ambiente hostil e precarizado com o qual convivem os trabalhadores por meio da falácia da sustentabilidade corporativa.
“Ao incentivarem a plantação de árvores, diminuírem a utilização de papel, dizem que são sustentáveis. Se fornecem equipamento de proteção individual, mesmo que ele não proteja ou atrapalhe a produção, jogando a responsabilidade de cumprir a tarefa exclusivamente para o trabalhador, dizem que são sustentáveis. Se combatem o estresse com ginástica laboral, dizem que são sustentáveis. A tônica é a individualização dos problemas, sem intervenção sobre o ritmo de trabalho, dizendo que os problemas não tem relação com o ritmo da produção.”, afirmou.
Para exemplificar, Maria falou de empresas que se dizem sustentáveis, como o Santader, proibido de demitir bancários com lesões e doenças por esforço repetitivo devido a uma ação civil pública. O Itaú, condenado a pagar R$ 1 milhão por assédio moral, assim como o Wal Mart, que teve de pagar R$ 22 milhões pelo mesmo motivo. Ou a Brasil Foods, multada em quase R$ 5 milhões porque mantinha 20% dos funcionários com doença ocupacionais.
A doutora disse que a falta de democracia nas empresas dificulta mudanças reais e que isso é agravado pelos meios de comunicação, que vendem a política como algo para corruptos e políticos profissionais, dificultando os debates nas bases. A reação, acredita, é utilizar as mídias dos movimentos sociais e criar espaços como um observatório unificado de saúde do trabalhador.
Ocupar todos os espaços – Além disso, apontou, é necessário ocupar os espaços de participação. “Nas comissões tripartites, o movimento sindical é minoria, então, deve atuar como tal: se preparar bem, agir de maneira unificada e com propostas claras. A atuação tem sido muito tímida. A CIPA (Comissão Interna de Prevenção de Acidentes) é outro espaço que deve servir para formação dos trabalhadores. Devemos também procurar os juízes do Trabalho para mostrar nossa realidade, os desembargadores. Há muita gente sensível a isso. Mesma coisa com a Academia, que é procurada somente por empresas para financiar pesquisas contra os trabalhadores. A nossa pauta deve estar nos conselhos de Saúde, nas comissões de fábrica”, pontuou.
Por fim, da mesma forma que Delgado e Correa, Maria Maeno também cobrou uma atuação firme das entidades sindicais em defesa da transparência e informações, no caso dela, sobre a Previdência Social.
“É direito nosso saber quais são as empresas que adoecem no Brasil e divulgar os grandes fraudadores. Porque a Previdência Social tem lógica privada, vai sempre atrás de trabalhadores para buscar quem burla as perícias e ensina os peritos a atuarem assim. Precisamos inverter essa lógica. E manter nossa capacidade de indignação é fundamental para pensarmos num mundo diferente.”

domingo, 9 de março de 2014

Riachuelo - Campanha Dia Internacional da Mulher - Racismo?


Publicidade da Riachuelo gera polêmica nas redes sociais

Vídeo mostra mulher branca como símbolo da mulher brasileira e mãos negras a servindo
Às vésperas do Dia Internacional da Mulher, a loja de departamentos Riachuelo veiculou, no Youtube, um vídeo que está sendo acusado de racismo nas redes sociais. Nele, uma mulher branca é servida por mãos negras. Depois da repercussão ruim a empresa retirou o vídeo do ar, mas ainda não se manifestou oficialmente sobre o acontecido.
Em texto publicado ontem (06), a escritora do blog blogueirasnegras.org, Zaira Pires, criticou a escolha da Riachuelo em estrelar uma mulher branca na campanha. “A mulher brasileira padrão, essa do comercial, corresponde exatamente ao padrão médio da brasileira, afinal, somos majoritariamente brancas, loiras, com traços faciais finos e tão magras e altas como sílfides mitológicas. Uai, não somos?”, ironiza.

Veja abaixo o vídeo que circula nas redes e a íntegra do texto de Zaira Pires:

Dia Internacional da Mulher BRANCA

Mais um 8 de março se aproxima e recebemos aquela enxurrada de chorume em nossas existências femininas nos “homenageando” por sermos delicadas, amorosas, resilientes, submissas, mães, esposas, damas na sociedade e amantes ardentes entre quatro paredes.

Todo esse repentino amor tem hora pra começar e acabar, durando o tempo do mês de março, da semana do 8 ou só desse dia mesmo, de acordo com o tanto de baboseira que cada um consegue produzir.

Nesse sentido, as mulheres homenageadas são sempre as mesmas: brancas, jovens, magras, ocidentais, cristãs e cisgêneras.

E para não perder o costume, nós, as pretas neuróticas, recalcadas, mal amadas e que veem racismo em tudo, vamos direcionar nossa crítica destrutiva ao bode expiatório da vez: a Riachuelo e sua campanha pela Semana da Mulher Brasileira 2014 (leiam ironia nas minhas palavras, por favor).

Como podemos ver no vídeo, a mulher brasileira padrão, essa do comercial, corresponde exatamente ao padrão médio da brasileira, afinal, somos majoritariamente brancas, loiras, com traços faciais finos e tão magras e altas como sílfides mitológicas. Uai, não somos?

E então que a presença negra no comercial é de uma mão que serve. Um corpo sem cara, que não consome, não tem vontades, sequer existe, apenas serve. Uma sombra semivivente que só se presta a apoiar a existência da sua senhora.

Sim, porque a mulher que deve ser homenageada na semana da mulher é aquela branca que trabalha fora, independente, bem resolvida, que limpa a casa, cuida dos filhos, serve ao seu marido e sempre está com as unhas feitas e a depilação em dia. Essa é uma super mulher que consegue viver seus rompantes de modernidade sem deixar de lado suas obrigações femininas. Essa merece ser louvada e ganhar um desconto nas compras da semana por cumprir suas funções com tanto esmero.

A preta que sustenta a família com seu salário do subemprego, que enfrenta 5 horas de ônibus sujeita a abuso sexual, que vê seu filho ser morto pela polícia, que morre por complicações aborto inseguro, que está fadada ao serviço doméstico desde sempre como se isso fosse inerente à sua existência, que suporta as investidas sexuais do patrão e do filho do patrão para não perder o sustento dos seus, que é a principal vítima de negligência na saúde pública, que deixa seus filhos sozinhos em casa pra cuidar dos filhos da patroa branca, que é a maioria entre as trabalhadoras do sexo, que não completa os anos básicos de estudo porque precisa sair para trabalhar, que tem que se virar em quinze para viver e ainda manter o sorriso no rosto, essa não merece as homenagens desse dia.

Na verdade essa mulher é a serviçal que deve se alegrar por ter a honra de ver seus braços pretos aparecerem na televisão.

Afinal, o que a Riachuelo nos diz com esse filme, e o que muitas outras nos dirão nessa semana, é que mulher negra consumidora é paradoxo, e já que ela não existe, porque deveria ser representada numa propaganda? Quem disse que preta tem dinheiro? Quem disse que preta compra alguma coisa? Quem disse que preta entende de publicidade?

Pois estamos aqui, consumidoras, pensadoras, cidadãs, formadoras de opinião, dizendo que esse comercial não nos representa. Durmam com esse barulho!

"Vida Maria" curta metragem completo.

sábado, 8 de março de 2014

segunda-feira, 24 de fevereiro de 2014

TV JORNAL MEIO DIA - Comerciários de Caruaru podem deflagrar greve

Comerciários e lojistas de Caruaru continuam o impasse sobre o reajuste do piso salarial da categoria e o sindicato dos trabalhadores não descarta uma greve. Veja na reportagem do Tv Jornal Meio-Dia.

Tendo em vista que as negociações com os sindicatos patronais, ainda não foram encerradas, foi estabelecido na assembleia de ontem a noite, que se suspendesse qualquer discussão referente a instauração do Dissídio junto ao Tribunal do Trabalho. devendo a Diretoria do SINDECC realizar última tentativa de Negociação junto aos sindicatos patronais.

domingo, 9 de fevereiro de 2014

Video PROIBIDO no Brasil Muito Além do Cidadão Kane - Dublado (Video PR...

Vídeo Proibido no Brasil. O documentário acompanha o envolvimento e o apoio da Globo à ditadura militar brasileira, sua parceria com o grupo estadunidense Time Warner (naquela época, Time-Life), algumas práticas vistas como manipulação feitas pela emissora de Marinho (incluindo um suposto auxílio dado a uma tentativa de fraude nas eleições de 1982 para impedir a vitória de Leonel Brizola, a cobertura tendenciosa do movimento das Diretas-Já, em 1984, quando a emissora noticiou um importante comício como um evento de comemoração ao aniversário de São Paulo, e a edição, para o Jornal Nacional, do debate do segundo turno das eleições presidenciais brasileiras de 1989, de modo a favorecer o candidato Fernando Collor de Mello frente a Luís Inácio Lula da Silva), além de uma controversa negociação envolvendo ações da NEC Corporation e contratos governamentais à época que José Sarney era presidente da República.

O documentário apresenta depoimentos de destacadas personalidades brasileiras, como o cantor e compositor Chico Buarque de Hollanda, que na época tinha um programa na emissora, os políticos Leonel Brizola e Antônio Carlos Magalhães, o ex-Ministro da Justiça Armando Falcão, o publicitário Washington Olivetto, o escritor Dias Gomes, os jornalistas Walter Clark, Armando Nogueira e Gabriel Priolli e o ex-presidente do Brasil Luís Inácio Lula da Silva.

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Março das Mulheres | Conheça a verdadeira história do 8 de março

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