Contracs é contra uso, produção e comercialização do amianto por ser prejudicial à saúde e ao meio ambiente.
Escrito
por: Adriana
Franco / Contracs
Na última quinta-feira (24), o Supremo Tribunal
Federal (STF) voltou a julgar a Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) 4066
de 2008 que questionava a validade da Lei 9055/95, que permitia a produção e a
comercialização do amianto crisotila. A Associação Nacional dos Magistrado da
Justiça do Trabalho (Anamatra) e a Associação Nacional dos Procuradores do
Trabalho (ANPT) afirmam que o produto é cancerígeno e não existe possibilidade
do uso controlado da substância e, por isso, questionavam a validade da legislação
federal.
Durante o julgamento, cinco ministros do STF se
posicionaram a favor da ação e contra o uso do amianto, no entanto, a votação
não permitia o estabelecimento do efeito vinculante –princípio pelo qual uma
lei deixa de ter efeito. No entanto, outra ação (a ADI 3937) sobre a
constitucionalidade da legislação estadual de São Paulo, que proíbe a
comercialização e produção do amianto no estado, foi julgada na mesma sessão
tornando-se constitucional e, consequentemente, tornando a lei federal inconstitucional.
A ADI 3937, movida pela Confederação Nacional dos
Trabalhadores na Indústria (CNTI), defendia o fim da legislação estadual de São
Paulo afirmando que a restrição da legislação estadual era maior do que a
legislação federal. Com oito votos contra a ADI e a favor da proteção promovida
pela legislação estadual, o STF aprovou a inconstitucionalidade da lei federal.
O ministro Celso de Mello, ao votar na ADI 3937,
reiterou a importância da proteção à saúde do trabalho e ao meio ambiente:
"O que está efetivamente em jogo neste processo é, em última análise, a
vida de trabalhadores e a indispensável defesa de seu inalienável direito de
proteção à saúde. Direitos que não podem ser desprezados ou desconsiderados
pelo Estado”.
No entanto, a invalidade da lei federal criou um
vácuo jurídico nos estados em que não existe legislação estadual proibindo a
produção, comercialização e uso do amianto crisotila.
Contracs
A Confederação Nacional dos Trabalhadores no Comércio e Serviços da CUT (Contracs/CUT) é contra a produção, uso e comercialização do amianto crisotila e defende a saúde de trabalhadores e trabalhadoras bem como a proteção ao meio ambiente e tem acompanhado no STF o julgamento das ações.
A Confederação Nacional dos Trabalhadores no Comércio e Serviços da CUT (Contracs/CUT) é contra a produção, uso e comercialização do amianto crisotila e defende a saúde de trabalhadores e trabalhadoras bem como a proteção ao meio ambiente e tem acompanhado no STF o julgamento das ações.
Segundo o coordenador da sede em Brasília,
Francisco Luiz Saraiva, o sentimento em relação ao julgamento era de apreensão.
“A nossa maior preocupação é por entendermos que este momento está contaminado
com a constante retirada de direitos e as decisões podiam estar voltadas para
atender o capital.”
Para Luizinho, como é conhecido, foi uma vitória
tardia porque muitas pessoas já morreram em decorrência do contato com a fibra
cancerígena.
No entanto, o coordenador destaca a importância da
luta da Contracs em defesa da saúde e do meio ambiente no combate do uso,
exploração e comercialização do amianto. “Agora, devemos ajudar a esclarecer os
trabalhadores de base sobre o banimento da comercialização deste produto e para
que a legislação existente não seja burlada. Além disso, vamos lutar pela
criação da legislação específica nos estados em que não tem sobre o assunto
para proibir e assegurar o que foi definido pelo STF.”
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