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Não é a consciência do homem que determina o seu ser, mas, pelo contrário, o seu ser social é que determina a sua consciência.” *Kal Marx “os comunistas nunca devem perder de vista a unidade da organização sindical. (Isto porque) a única fonte de força dos escravos assalariados de nossa civilização, oprimidos, subjugados e abatidos pelo trabalho, é a sua união, sua organização e solidariedade” *Lenin

terça-feira, 6 de setembro de 2016

Redes de trabalhadores campanhas estratégicas e pesquisas para subsidiar a ação sindical

Redes de trabalhadores campanhas estratégicas e pesquisas para subsidiar a ação sindical foram os principais temas debatidos na troca de experiências promovida pelo Solidarity Center da AFL-CIO com o projeto CUTMulti "Ação Frente às Multinacionais". O intercâmbio, realizado em Washington DC, nos Estados Unidos, nos dias 4 e 5 de maio de 2009, contou com a participação de Manoel Messias Nascimento Melo, da executiva nacional da CUT, José Drummond, coordenador do CUTMulti, Felipe Saboya, coordenador de pesquisa do Instituto Observatório Social, Fábio Lins, representante da CNQ - Confederação Nacional do Ramo Químico, José Wagner Oliveira, da CNM - Confederação Nacional dos Metalúrgicos e Jorge Luis Campo, pela CNTSM  - Confederação Nacional dos Trabalhadores no Setor Mineral. O time da AFL-CIO esteve representado por Ken Zinn, diretor do departamento de organização, Amy Masciola, coordenadora de campanhas internacionais, Robert Masciola, do centro de pesquisas estratégicas, Brian Finnegan, diretor do Solidarity Center no Brasil e Melinda Newhouse, representante do sindicato USW - United Steelworkers. 

Para situar os participantes e qualificar o debate foram realizadas apresentações sobre as estrututas sindicais dos dois países. Ken Zinn falou sobre as dificuldades em promover o sindicalismo nos Estados Unidos, uma vez que o reconhecimento dos sindicatos é voluntário por parte dos trabalhadores e muitas vezes boicotado pelas empresas. "No período de campanha os sindicatos não têm acesso aos locais de trabalho e mesmo quando ganham a eleição e são reconhecidos 45% deles não conseguem negociar um primeiro acordo", analisou Zinn. Apesar do declínio que o movimento sindical americano vem apresentando nos últimos anos, a AFL-CIO está esperançosa com a perspectiva de mudanças na lei trabalhista pelo congresso nacional, pós eleição de Barack Obama.   
O cenário sindical brasileiro foi apresentado por Manoel Messias e englobou desde a origem do sindicalismo no Brasil até o recente reconhecimento das centrais sindicais. O amplo fracionamento dos sindicatos na região, a falta de garantias para a organização no local de trabalho e os sindicatos sem sócios sustentados pelo imposto sindical são as principais dificuldades para o movimento no Brasil. "A CUT acredita que uma reforma sindical seja viável, mas políticos ligados à classe empresarial acabam impedindo a mudança", comentou Messias.   
Casos práticos de campanhas de organização de trabalhadores em multinacionais também fizeram parte do debate. A responsável pelo departamento de campanhas internacionais da AFL-CIO, Amy Masciola, apresentou a campanha de organização dos trabalhadores da multinacional canadense do setor gráfico Quebecor. A organização de uma rede sindical nesta empresa, com diversos esforços em comunicação, colaboração da federação internacional do ramo UNI, mobilizações junto aos clientes da empresa e diversas outras ações, fizeram com que a empresa recuasse e assinasse um acordo marco global. "A campanha ajudou a melhorar as condições de trabalho nas plantas dos 16 países onde a empresa possui operações", completou Amy. 
A troca de experiências incluiu uma apresentação do Instituto Observatório Social, que mostrou aos participantes sua metodologia de pesquisas e de que forma seus estudos apóiam a ação sindical no Brasil. A proposta de manual de construção de redes sindicais, publicação que vem sendo trabalhada pela equipe do CUTMulti, também foi apresentada durante o seminário e despertou grande interesse dos companheiros americanos.
Como resultado da proveitosa troca de informações durante os dois dias de seminário, os participantes se comprometeram a dar continuidade às discussões iniciadas no intercâmbio. Uma série de atividades conjuntas, com seminários e treinamentos específicos, deverá fazer parte do projeto de solidariedade internacional entre a CUT e a AFL-CIO.  
CUTMulti participates in exchange program with the AFL-CIO in Washington DC
Workers' networks, strategic campaigns and research to support union action were the main topics discussed in the exchange of experiences promoted by the Solidarity Center of AFL-CIO with the project CUTMulti "Action on Multinationals". The exchange, held in Washington DC, USA, on May 4th - 5th 2009, was attended by Manoel Messias Nascimento Melo, CUT's national director, José Drummond, coordinator of CUTMulti, Felipe Saboya, research coordinator of the Social Observatory Institute, Fábio Lins, representative of the CNQ - National Confederation of Chemical Industry, José Wagner Oliveira, of CNM - National Confederation of Metalworkers and Jorge Luis Campos, of CNTSM - National Confederation of Workers in the Mining Sector. The AFL-CIO team was represented by Ken Zinn, organizing department director, Amy Masciola, international campaigns coordinator, Robert Masciola, center for strategic research director, Brian Finnegan, director of the Solidarity Center in Brazil and Melinda Newhouse, representative of the union USW - United Steelworkers.
To situate the participants and qualify the debate presentations on union structures of the two countries were made. Ken Zinn spoke about the challenges to promote unionism in the United States, as the recognition of unions is voluntary by workers and often boycotted by companies. "During the campaign the unions don't have any access to workplaces and even if they win the elections and are recognized 45% of them can't negotiate a first agreement", said Zinn. Despite the decline that the American union movement has shown in recent years, the AFL-CIO is hopeful with the prospect of changes in labor law by the national congress, after Barack Obama's election.
The Brazilian union picture was presented by Manoel Messias and included from the origin of trade unionism in Brazil until the recent recognition of labor confederations. The unions' division in the region, the lack of guarantees for the organization in the workplace and the unions without members supported by union rates are the main difficulties for the movement in Brazil. "The CUT believes that a union reform is viable, but politicians linked to the business class end up preventing the change," said Messias.
Case studies of campaigns for workers organization in multinationals were also part of the debate. The international campaigns coordinator of AFL-CIO, Amy Masciola, presented the campaign to organize employees of the Canadian multinational of the graphical sector Quebecor. The organization of a trade union network in this company, with several communication efforts, collaboration of the global union federation UNI, mobilizations with the company's customers and many other actions, made the company to step back and sign a global framework agreement. "The campaign helped to improve the working conditions in plants of the 16 countries where the company has operations," added Amy.
The exchange of experiences included a presentation of the Social Observatory Institute, which showed the participants its research methodology and how its studies support the union action in Brazil. The draft manual for creation of union networks, publication that CUTMulti staff is working on, was also presented during the seminar and aroused great interest of the American comrades.
As a result of the fruitful exchange of information during the two-day seminar, participants pledged to continue the discussions. A series of joint activities, with workshops and training programs, should be part of the project of international solidarity between the CUT and the AFL-CIO.
CUTMulti participa de intercambio con la AFL-CIO en Washington DC
Redes de trabajadores, campañas estratégicas y pesquisas para subvencionar la acción sindical fueron los principales temas debatidos en el intercambio de experiencias promovido por el Solidarity Center de la AFL-CIO con el proyecto CUTMulti "Acción Frente a las Multinacionales". El intercambio, realizado en Washington DC, Estados Unidos, en los días 4 y 5 de mayo de 2009, contó con la participación de Manoel Messias Nascimento Melo, de la dirección nacional de la CUT, José Drummond, coordinador del CUTMulti, Felipe Saboya, coordinador de pesquisa del Instituto Observatório Social, Fábio Lins, representante de la CNQ - Confederación Nacional del Ramo Químico, José Wagner Oliveira, de la CNM - Confederación Nacional de los Metalúrgicos y Jorge Luis Campos, de la CNTSM - Confederación Nacional de los Trabajadores en el Sector Mineral. El equipo de la AFL-CIO fuer representado por Ken Zinn, director del departamento de organización, Amy Masciola, coordinadora de campañas internacionales, Robert Masciola, del centro de pesquisas estratégicas, Brian Finnegan, director del Solidarity Center en Brasil y Melinda Newhouse, representante del sindicato USW - United SteelWorkers. 
Para calificar el debate fueron realizadas presentaciones acerca de las estruturas sindicales de los dos países. Ken Zinn habló acerca de las dificultades en promover el sindicalismo en los Estados Unidos, una vez que el reconocimiento de los sindicatos es voluntario de parte de los trabajadores y muchas veces boicoteados por las empresas. "en el período de campaña los sindicatos no tienen acceso a los sitios de trabajo y mismo cuando ganan la elección y son reconocidos 45% de ellos no consiguen negociar un primer acuerdo", analizó Zinn. Aunque el movimiento sindical estadounidense ha declinado en los últimos años, la AFL-CIO está esperanzada con la perspectiva de cambios en la ley de trabajo en el congreso nacional, después de la elección de Barack Obama.  
El escenario sindical brasileño fue presentado por Manoel Messias y englobó desde el origen del sindicalismo en Brasil hasta el reconocimiento reciente de las centrales sindicales. El amplio fraccionamiento de los sindicatos en la región, la carencia de garantías para organización en el sitio de trabajo y los sindicatos sin socios sostenidos por el impuesto sindical son las principales dificultades para el movimiento en Brasil. "La CUT cree que una remodelación sindical es viable, pero políticos con ligaciones con empresarios impiden el  cambio", comentó  Messias.
Casos prácticos de campañas de organización de trabajadores en multinacionales también hicieron parte de la discusión. La responsable por el departamento de campañas internacionales de la AFL-CIO, Amy Masciola, presentó la campaña de organización de los trabajadores de la multinacional canadiense del sector gráfico Quebecor. La organización de una red sindical en esta compañía, con diversos esfuerzos en comunicación, contribución de la federación internacional del ramo UNI, las movilizaciones junto a los clientes de la compañía y diversas otras acciones, hicieron la empresa retroceder y firmar un acuerdo marco global. "La campaña ayudó a mejorar las condiciones de trabajo en las plantas de los 16 países donde la empresa posee operaciones", completó Amy. 
El cambio de experiencias incluyó una presentación del Instituto Observatório Social, que mostró a los participantes su metodología de investigación y de que forma sus estudios apoyan la acción sindical en Brasil. La propuesta de manual de construcción de redes sindicales, publicación que ha sido trabajada por el equipo del CUTMulti, también fue presentada durante el seminario y despertó gran interés de los compañeros estadounidenses.
Como resultado del provechoso intercambio de informaciones durante los dos días de seminario, los participantes prometieron dar continuidad a las discusiones iniciadas en el intercambio. Una serie de actividades comunes, con seminarios y entrenamientos específicos, deberán hacer parte del proyecto de solidaridad internacional entre la CUT y la AFL-CIO.

sexta-feira, 2 de setembro de 2016

Em dia de luto, Senado enterra a democracia e dá golpe

Maior atingida será a classe trabalhadora. Mas data marca também o início de uma nova etapa de luta

Escrito por: Vagner Freitas / CUT Nacional


A presidenta Dilma foi definitivamente afastada pelo Senado Federal, apesar de não ter sido provado nenhum crime de responsabilidade. O golpe na democracia afetará profundamente a vida dos trabalhadores e trabalhadoras do campo e da cidade e dos brasileiros e brasileiras que mais precisam da manutenção e ampliação dos direitos e das políticas públicas, tanto hoje quanto no futuro. Não se trata de uma simples troca de comando e, sim, da usurpação dos destinos do Brasil por uma parcela da classe política, do judiciário e da imprensa que quer o poder a qualquer preço. 

Foto: CUT
O julgamento, todos viram, foi um desfile da hipocrisia e de covardia dos parlamentares pelos corredores e no plenário do Congresso Nacional. Como “juízes”, lá estavam muitos senadores que são réus e estão sendo processados pelo Supremo Tribunal Federal por corrupção e outros crimes. Sem o menor constrangimento, se sentiram no direito de julgar uma presidenta inocente, que não cometeu nenhum crime, não têm contas no exterior, nem foi acusada de corrupção e que foi eleita de forma legítima por mais de 54 milhões de brasileiros e brasileiras.
Os mentores da estratégia golpista, Eduardo Cunha, réu no STF e com contas milionárias no exterior, e Michel Temer, citado por delatores da Lava-Jato, saíram dos subterrâneos onde sempre atuaram e se uniram ao perdedor das eleições, Aécio Neves, para viabilizar o golpe. Agora, exibem descaradamente suas facetas conspiratórias e cínicas à luz do dia, protegidos pelos barões da mídia, latifundiários, executivos de empresas multinacionais, banqueiros e tantos outros oportunistas.
Os ataques aos direitos sociais e trabalhistas do governo golpista de Temer é a melhor demonstração de que os empresários, do Brasil e do exterior, financiaram o golpe e, agora, estão cobrando reformas trabalhista e previdenciária.
Isso significa redução ou extinção de direitos conquistados com muita luta, desde a CLT de 1943 até os programas sociais da Constituinte de 1988, que têm feito o Brasil, embora mais lentamente do que desejaríamos, deixar de ser um país de miseráveis, famintos, analfabetos, doentes, sem moradia e água tratada, sem emprego, sem atendimento odontológico e médico.
Todas as propostas divulgadas até agora pelos golpistas são contra os interesses da classe trabalhadora. A última delas, o corte de verbas para os programas de alfabetização, já foi anunciada oficialmente pelo governo ilegítimo. O congelamento de gastos públicos por 20 anos, atrelados somente à correção da inflação, vai deixar milhões de pessoas sem os já modestos, porém essenciais, serviços de saúde, educação, segurança e lazer hoje existentes. O ministro ilegítimo da Saúde já disse que o SUS, por exemplo, é excessivamente grande e, portanto, precisaria ser cortado, diminuído, desmontado. O da Educação já anunciou a redução ou extinção de programas como o Ciências Sem Fronteiras, entre outros.
Está nos planos dos golpistas também um ataque brutal às leis trabalhistas, à carteira de trabalho e a todos os direitos delas decorrentes, como 13º, férias remuneradas, horas extras, descanso semanal e outros. Outra proposta, o negociado sobre o legislado, abandona os trabalhadores e trabalhadoras à própria sorte, colocando-os para negociar os direitos contidos na CLT diretamente com os empresários, sem a proteção adequada e sem regras. A mira destruidora dos golpistas já foi apontada para acabar com a política de valorização do salário mínimo e também se volta contra aposentados e pensionistas, com anúncio de medidas como a redução de até 40% do valor dos benefícios, a desvinculação dos reajustes dos benefícios do salário mínimo e o aumento da idade mínima para 65 ou 70 anos.
O jogo contra o povo é bruto, cruel.
Direitos recentemente conquistados, como mecanismos de proteção à vida e à dignidade das mulheres, dos negros, dos indígenas, da população LGBT, são alvo de ataques e zombarias. Um exemplo disso são as cotas no ensino superior para os estudantes egressos das escolas públicas, tão essenciais na superação das desigualdades e falta de oportunidades seculares.
Com a injusta cassação da Dilma, golpistas ganham liberdade inédita para atacar o nosso futuro e o do país também. A CUT e os movimentos sociais vão lutar contra retrocessos.
A destruição da dignidade e o desprezo pelo povo e, em consequência, pelo Brasil, não se dará apenas internamente.
Diante do mundo, o governo ilegítimo já anuncia a venda da Petrobrás e de suas jazidas de petróleo do pré-sal e a privatização de estatais como o Banco do Brasil, a Caixa, os Correios e as empresas de energia. Os golpistas também querem a liberação da venda de terra para estrangeiros, comprometendo nossa produção de energia e o uso da água. Querem a liberação do espaço aéreo. Enfim, querem leiloar a nossa soberania nacional na bacia das almas.
As medidas são a resposta dos parlamentares e do golpista Temer e sua equipe aos financiadores do golpe, empresários que exigem medidas que garantam mais e mais lucros e menos direitos para os trabalhadores e as trabalhadoras.
A CUT, seus sindicatos filiados e os movimentos sociais que conosco sempre estiveram fizeram tudo que estava ao nosso alcance para impedir esse golpe.
Não queríamos barrar o golpe simplesmente para defender a pessoa Dilma – cuja honestidade e seriedade já seriam suficientes para tanto – mas para impedir a onda conservadora que se agiganta ao redor, a perda de direitos, o retrocesso.
Com todas as dificuldades do seu governo, sabíamos que Dilma jamais apontaria suas baterias para levar o Brasil ao atraso. Ao contrário, assim como o presidente Lula, Dilma tudo fez para resguardar o país da crise internacional que castiga o mundo desde 2008.
De nossa parte, sempre apontamos aquilo que julgávamos errado, como o ajuste fiscal tão elogiado por aqueles que agora a levam ao cadafalso. Fizemos mobilizações, greves no setor público e privado, passeatas, reuniões, audiências e negociações para pressionar o governo a manter o rumo do desenvolvimento com a imprescindível luta por justiça social.
Hoje, neste dia de luto, daremos início a mais um ciclo de luta pela retomada da democracia. Para o mês de setembro, a CUT já marcou um Dia Nacional de Paralisação, um Esquenta Greve Geral contra a retirada de direitos, no dia 22.
Tudo faremos para organizar nossos filiados e os não filiados para combater o desemprego e impedir a retirada de direitos. Conosco estarão alguns companheiros e companheiras que nos orgulham pela mesma vocação democrática, a exemplo de artistas, intelectuais e juristas que também denunciaram o golpe, aqui e ao redor do mundo.
É um momento de profunda tristeza para nós. Tristeza que vai se espalhar até nos corações dos indiferentes, quando notarem, a despeito do silêncio da mídia, que o projeto dos golpistas é rasgar a Constituição de 1988. Mas a tristeza não nos fará abaixar a cabeça nem quebrar o espírito de luta da classe trabalhadora. Porque tudo o que conquistamos foi fruto da luta e da persistência.
Exerceremos resistência diária e aguerrida contra os inimigos da pátria. Não estamos sós, ocuparemos todos os espaços e, da mesma maneira que já fizemos antes, combateremos o arbítrio e a tirania, sempre em defesa da democracia, da participação popular, da distribuição de renda, justiça social e direitos da classe trabalhadora.
Até a vitória.
Vagner Freitas, presidente nacional da CUT

Contra impeachment e pela democracia, Contracs reúne dirigentes sindicais em acampamento dos trabalhadores/as em Brasília

Com esperança, contra o golpe e pela democracia, Confederação acompanha momentos finais do julgamento de impeachment

Escrito por: Adriana Franco e Eris Dias/Contracs

Foto: Adriana Franco e Eris Dias/Contracs
Nesta segunda-feira (29), a Confederação Nacional dos Trabalhadores no Comércio e Serviços da CUT (Contracs/CUT) esteve em frente ao Senado Federal em apoio à presidenta Dilma Rousseff, que depõe no processo golpista de impeachment.
A Confederação, que acredita que o processo é um golpe contra a democracia, os direitos trabalhistas e sociais, reúne cerca de 80 dirigentes do ramo do comércio e serviços de todo o País junto ao acampamento dos trabalhadores/as em frente ao Estádio Mané Garrincha, em Brasília.
Durante o discurso da presidenta Dilma Rousseff, a Confederação e diversos militantes acompanharam o áudio por meio de uma caixa de som improvisada em frente ao Senado.
Dilma, em seu discurso, afirmou que “O que está em jogo são as conquistas dos últimos 13 anos: os ganhos da população, das pessoas mais pobres e da classe média; a proteção às crianças; os jovens chegando às universidades e às escolas técnicas; a valorização do salário mínimo; os médicos atendendo a população; a realização do sonho da casa própria.”
Este é o mesmo sentimento de Edilson Souza Silva, diretor do Sindilimpeza Cubatão. “Importante manter a Dilma no poder para manutenção de direitos conquistados, uma vez que o governo Temer prejudica os trabalhadores. Independente do resultado do julgamento que acontece hoje, a luta por melhorias permanecerá”, declarou.
Foto: Adriana Franco e Eris Dias/Contracs
Já Bartolomeu Pacheco, da Federação dos Trabalhadores em Empresas de Auto Escola, Centro de Formação de Condutores categoria A e B, Despachante e Transporte Escolar do Estado de São Paulo (Fetraadete-SP) protestou e alegou que há força contrária ao golpe. “Temos que mostrar para essa imprensa podre que temos força. Estamos representando os trabalhadores que não puderam vir à Brasília, mas que já compreenderam que há Golpe e que o retrocesso não será permitido”.
Dilma em seu depoimento também ressaltou a organização permanente do movimento social contrário ao processo em curso: “Por meio de manifestações de rua, reuniões, seminários, livros, shows, mobilizações na internet, nosso povo esbanjou criatividade e disposição para a luta contra o golpe.”
A coordenadora da regional Sul da Contracs, Mara Feltes, destacou que as mulheres sentem-se julgadas juntamente com a presidenta. “Nos sentimos duplamente golpeadas. O primeiro é o afastamento político porque ela não cometeu crime de responsabilidade e o outro é pelo fato de ser uma mulher, pois está claro que há uma questão de gênero em jogo”,
A presidenta afastada e em julgamento fez a mesma comparação em seu discurso reiterando não apenas a misoginia presente no processo de impeachment como também o apoio fundamental recebido de diversas mulheres. “As mulheres brasileiras têm sido, neste período, um esteio fundamental para minha resistência. Me cobriram de flores e me protegeram com sua solidariedade. Parceiras incansáveis de uma batalha em que a misoginia e o preconceito mostraram suas garras, as brasileiras expressaram, neste combate pela democracia e pelos direitos, sua força e resiliência. Bravas mulheres brasileiras, que tenho a honra e o dever de representar como primeira mulher Presidenta do Brasil.”
Apesar de tudo, a esperança se mantém. “Faço um apelo final a todos os senadores: não aceitem um golpe que, em vez de solucionar, agravará a crise brasileira. Peço que façam justiça a uma presidenta honesta, que jamais cometeu qualquer ato ilegal, na vida pessoal ou nas funções públicas que exerceu. Votem sem ressentimento. O que cada senador sente por mim e o que nós sentimos uns pelos outros importa menos, neste momento, do que aquilo que todos sentimos pelo país e pelo povo brasileiro. Peço: votem contra o impeachment. Votem pela democracia.” finalizou Dilma no Senado.
Com a mesma esperança, o secretário jurídico da CUT Nacional, Valeir Ertle disse que “O Golpe é conta os trabalhadores e contra a população brasileira. A CUT sempre alertou sobre esta afronta aos trabalhadores. Esperamos que o Golpe não se concretize e, após a reintegração, buscaremos novos caminhos, propondo um novo governo, com investimento na economia e que garanta direitos dos trabalhadores”.

Contracs participa de evento com Dilma Rousseff em defesa da democracia

Confederação dará sequência a uma série de atividades contra o golpe em curso

Escrito por: Eris Dias/Contracs


A presidente afastada Dilma Rousseff esteve ontem com diversas entidades dos movimentos sociais e trabalhistas no ato em Defesa da Democracia, que aconteceu às 19h no Teatro dos Bancários, em Brasília, sob a coordenação da Frente Brasil Popular (FBP). O Evento foi o último encontro da presidenta com o público, antes do processo de julgamento de impeachment que enfrenta no Senado, mesmo não tendo cometido nenhum crime de responsabilidade, o que evidencia o Golpe.

Foto:: Eris Dias/Contracs


A diretoria executiva da Confederação Nacional dos Trabalhadores no Comercio e Serviços (Contracs/CUT) participou do encontro que dará sequência a uma série de atividades contra o Golpe em curso. Indagado sobre a grave situação, o presidente da Confederação, Alci Matos garantiu que os trabalhadores estarão em constante vigília para o reestabelecimento da democracia. “O nosso empenho sempre foi o de motivar os trabalhadores/as do ramo do comércio e serviço sobre as questões de classe e também conjunturais. Estaremos presentes no momento exato para fazer com os senadores indecisos defendam que não existe culpa, e dessa forma, prevalecer um dos direitos que considero sagrado, que é o da democracia”, definiu Alci.

“Volta Dilma, Volta querida”!

Foto:: Eris Dias/Contracs

"Depois de tudo que vivi, não imaginaria ver novamente a ordem constitucional e a democracia serem atacadas. Com mesma resistência que combati a ditadura militar, estou disposta a lutar e combater o Golpe que aí está, vamos reestabelecer a democracia, aprofundá-la e continuar lutando sempre”, declarou Dilma Rousseff ao mencionar a traição do golpista Michel Temer, que já pôs em curso a agenda programática para a retirada de direitos sociais e trabalhistas, além da entrega do patrimônio estatal ao capital estrangeiro.
A alguns dias do processo de julgamento, Dilma considera que é preciso observar as razões que levaram a criá-lo. Na ocasião, reiterou que o Golpe é resultado de quatro derrotas da elite pelos representantes do povo, o que foi mais provocado com a reeleição da presidenta em 2014. “Foram 54,5 milhões de votos que optaram pelo fortalecimento do Estado e da inclusão social”, lembrou. Segundo Dilma, o Golpe também é responsabilidade de setores da imprensa brasileira que, em âmbito internacional, vem sofrendo perdas consideráveis de credibilidade.
Tem que permanecer no pódio
A presidenta também considera que os golpistas ferem o orgulho competitivo da nação, pois não manterão programas sociais voltados para ao esporte, impossibilitando novas conquistas em competições internacionais, como aconteceu nas Olimpíadas Rio 2016. “Votamos a favor do Brasil Medalhas, onde ajudamos atletas masculinos e femininos, destacando aqui, a medalha de ouro no judô, em que a atleta, além de ter origem humilde é defensora do movimento LGBTT”, comentou ao mencionar a medalhista olímpica, Rafaela Silva.
Sobre sua defesa, Rousseff reafirma que não desistirá de lutar contra os golpistas. “Sou não apenas a primeira mulher presidenta, mas a primeira de muitas mulheres que um dia virão a ser presidenta também. Não renuncio porque não cometi crime, por isso vou ao plenário do Senado (ovacionada) defender a democracia que represento e defender os interesses legítimos do povo brasileiro”, concluiu.



segunda-feira, 8 de agosto de 2016

Lixões: oportunidades que despejam “caminhões” de problemas

Contracs acompanha visita técnica para construção de Norma Regulamentadora pela saúde e segurança dos trabalhadores em limpeza urbana.

Escrito por: Eris Dias/Contracs

A Confederação Nacional dos Trabalhadores no Comércio e Serviços da CUT (Contracs/CUT) acompanhou a visita técnica do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) e da Fundacentro a um lixão e a um aterro sanitário para conhecer a realidade laboral dos trabalhadores/as em limpeza pública nas proximidades da Capital da República, na última terça-feira (02/08).
Enquanto o lixão ficava em Novo Gama (GO), região do Entorno de Brasília, o aterro sanitário ficava a menos de 20 Km do Palácio do Planalto, o tão conhecido “Lixão da Estrutural”, localizado ao lado da cidade que lhe concede o nome.
Para construir uma Norma Regulamentadora (NR) que atenda às necessidades específicas da categoria, a Contracs e suas entidades filiadas de limpeza urbana tem fornecido informações contundentes sobre a realidade dos trabalhadores/as.
As instituições envolvidas já estão trabalhando na elaboração do texto para criação da Norma Regulamentadora que irá definir o exercício da função e a relação de trabalho no âmbito da limpeza urbana em todo o Brasil. “A nossa participação está sendo importante em todos os momentos, desde a primeira reunião de trabalho com as entidades sindicais da categoria, passando pelas visitas técnicas até a elaboração final do texto, onde participa o governo, a representação patronal e sindical,” explicou Domingos Braga Mota, secretário de saúde e segurança dos Trabalhadores da Contracs.
Presente durante as visitas técnicas nos dois lixões, o diretor financeiro do Sindicato de Limpeza Urbana de Brasília (Sindlurb), Raimundo Nonato comenta sobre a gravidade em que vivem os catadores? “Quando a gente comenta esta realidade, as pessoas falam que dramatizamos demais, a vinda de representantes do Governo Federal revela que é preciso fazer algo com urgência”, avaliou Raimundo.
O drama de quem vive a dura realidade 

Atualmente seis cooperativas agregam mais de dois mil catadores que convivem diariamente com o perigo no Lixão da Estrutural. Os acidentes acontecem constantemente e o mais difícil é encontrar um trabalhador que não foi acidentado. “Há dois meses quebrei este dedo (indicador), meu pai perdeu o polegar em um caco de vidro e meu primo caiu do caminhão na semana passada e está sem trabalhar”, revelou Cleiton Vaz Santana, 24 anos, catador desde os 13 anos, que começa a jornada às 5 horas da manhã”.
Na região do Entorno a situação é mais grave, em vez de aterrado, o lixo é queimado a céu aberto. “Desde a criação do munícipio todo o lixo da região é despejado aqui clandestinamente, inclusive pela prefeitura”, denuncia Everton Jonatas Silva, líder comunitário do município do Novo Gama (GO).
Problema de grandeza nacional
Como instituição representativa de trabalhadores do ramo, a Contracs vem reunindo elementos para a busca de soluções, portanto uma das inciativas foi envolver outros segmentos, face à complexidade do problema, como explica a Assessora da Diretoria Técnica da Fundacentro, Tereza Luiza Ferreira dos Santos. “Primeiro é preciso conhecer o modo de vida dessas pessoas e depois introduzir maneiras que venha melhorar as condições de trabalho e consequentemente, melhorar a qualidade de vida”, considerou Tereza.
Por meio do MTE, o Governo Federal já deu início à criação do texto-base que definirá a Norma Regulamentadora, como explicou o coordenador de normatização e registro do Ministério, Alexandre Scarpelle. “Estamos trabalhando na criação de uma Norma Regulamentadora de limpeza urbana envolvendo coleta, poda, varrição, manutenção de vias, despejo e aterro”, esclareceu.
Solução possível 
Para resolver a situação dos lixões em questão, além da participação do Governo Federal, é preciso o envolvimento de demais órgãos do Estado do e município do entorno com a constituição de uma força tarefa das Secretaria de Meio Ambiente, Secretarias da Saúde e Secretaria de Assistência Social, Conselho Tutelar do DF e dos demais municípios envolvidos no caso. Além da participação do Ministério da Saúde, Ibama, Ministério Público do Trabalho (MPT), Ministério Público Federal (MPF) e com o acompanhamentos das entidades sindicais.
Construída as parcerias, as ações podem avançar, tendo em vista que o texto-base para criação da NR será apresentado até o mês de outubro deste ano. Em seguida, o documento será submetido à avaliação das partes envolvidas por meio consulta pública e receberá propostas de demais segmentos, uma vez que o documento final segue modelo Tripartite de elaboração.
A Contracs continuará participando ativamente, envolvendo as entidades representantes dos trabalhadores e lutando pela melhoria das condições laborais de milhares de pessoas que trabalham na limpeza urbana em todo o Brasil. 

segunda-feira, 25 de julho de 2016

CONTRASC/CUT participa da largada da Campanha Salarial dos Comerciários de Osasco e região.


CONTRASC/CUT participa da largada da Campanha Salarial dos Comerciários de Osasco e região. 

Na última sexta-feira, 22/7, o Secor deu início à Campanha Salarial 2016/2017 “Direito não se reduz, se amplia” em Assembleia Geral com a categoria, que se reuniu para definir e aprovar a pauta de reivindicações deste ano. O documento foi entregue na mesma noite para Rafael Paes, presidente do SCVOR (Sindicato do Comércio Varejista de Osasco e Região).

A CONTRACS/ CUT estava sendo representada pelo companheiro Domingos Mota Secretario Nacional de Saúde e Segurança do Trabalhador da Contracs/CUT. Presente os companheiros diretores da Contracs/CUT Alexandre Carmo e Ricardo Alexandre que são também diretores do SECOR.
Nesta Campanha, Secor e comerciários lutam por aumento salarial de 10%, tendo como data-base 1º de setembro. Além disso, a pauta conta também com a manutenção das cláusulas referentes a auxílio-refeição; auxílio-alimentação; convênio médico e odontológico; pagamento de horas extras; Participação nos Lucros e Resultados da Empresa (PLR); entre outras.
“Neste ano, lutamos principalmente pela manutenção do emprego do comerciário! Nesta Campanha Salarial e durante todo o ano, vamos lutar para combater o ataque ao emprego e aos direitos trabalhistas por parte de um Congresso extremamente conservador e voltado aos interesses patronais. Vamos negociar para conquistarmos valorização da categoria”, afirmou o presidente do Secor, José Pereira da Silva Neto.
No final da Assembleia Geral, o Secor sorteou alguns prêmios aos comerciários presentes e ofereceu um churrasco de confraternização.

Sindicato dos Comerciarios de Osasco e Região - Secor junto com Comerciários de Osasco e da região reivindicam 10% de aumento salarial


CONTRASC/CUT participa da largada da Campanha Salarial dos Comerciários de Osasco e região. 

Na última sexta-feira, 22/7, o Secor deu início à Campanha Salarial 2016/2017 “Direito não se reduz, se amplia” em Assembleia Geral com a categoria, que se reuniu para definir e aprovar a pauta de reivindicações deste ano. O documento foi entregue na mesma noite para Rafael Paes, presidente do SCVOR (Sindicato do Comércio Varejista de Osasco e Região).
A CONTRACS/ CUT estava sendo representada pelo companheiro Domingos Mota Secretario Nacional de Saúde e Segurança do Trabalhador da Contracs/CUT. Presente os companheiros diretores da Contracs/CUT Alexandre Carmo e Ricardo Alexandre que são também diretores do SECOR. Nesta Campanha, Secor e comerciários lutam por aumento salarial de 10%, tendo como data-base 1º de setembro. Além disso, a pauta conta também com a manutenção das cláusulas referentes a auxílio-refeição; auxílio-alimentação; convênio médico e odontológico; pagamento de horas extras; Participação nos Lucros e Resultados da Empresa (PLR); entre outras.
“Neste ano, lutamos principalmente pela manutenção do emprego do comerciário! Nesta Campanha Salarial e durante todo o ano, vamos lutar para combater o ataque ao emprego e aos direitos trabalhistas por parte de um Congresso extremamente conservador e voltado aos interesses patronais. Vamos negociar para conquistarmos valorização da categoria”, afirmou o presidente do Secor, José Pereira da Silva Neto.
No final da Assembleia Geral, o Secor sorteou alguns prêmios aos comerciários presentes e ofereceu um churrasco de confraternização.

Por que ainda trabalhamos oito horas por dia? Especialistas respondem

Com o avanço da tecnologia, pensava-se que as máquinas nos fariam trabalhar menos. Décadas depois, apesar de pequenos avanços, pouca coisa mudou: a maioria segue uma rotina de oito horas ou mais de trabalho por dia.

No período em que foi estabelecido, no início do século 20, a proposta era equilibrar as 24 horas do dia em oito de atividade laboral, oito de lazer e oito de descanso, além de reduzir as extenuantes jornadas industriais, que passavam das 12 horas. Atualmente, considerando o tempo gasto com deslocamento, essa conta fica difícil de fechar. 

Diminuir a jornada de trabalho
poderia ser um caminho para que a sociedade tivesse mais tempo livre. Contudo, no Brasil, não há mudança neste sentido desde 1988, quando a jornada máxima de 44 horas semanais foi estipulada pela Constituição.

“Nesse período, houve um aumento da produtividade que justifica a redução de jornada, pelo menos para as 40 horas semanais, conforme o patamar internacional”, diz o economista Cássio Calvete, professor da UFRGS (Universidade Federal do Rio Grande do Sul). Do ponto de vista técnico e econômico, imaginar uma jornada menor ainda, de 30 horas semanais, por exemplo, não seria uma realidade distante se o mundo se organizasse dessa forma. “Esse modelo faz parte de uma construção social, um país não vai reduzir se os outros não funcionam assim”, explica.

Segundo dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), 2015 teve a menor jornada média de trabalho já registrada no Brasil, com 39,9 horas semanais. Para Giuseppina De Grazia, doutora em sociologia pela USP (Universidade de São Paulo) e professora aposentada da UFF (Universidade Federal Fluminense), considerando o conjunto da população de empregados, desempregados e trabalhadores parciais, esse índice não reflete uma redução real. “Enquanto uns trabalham de 50 a 60 horas, fazendo extra para não perder o emprego  ou aumentar o salário, outros são obrigados a sobreviver de bicos temporários e precarizados”, diz.
Menos trabalho, mais produtividade
Um norte-americano produz o mesmo que quatro brasileiros, de acordo com levantamento da organização Conference Board, que reúne 1.200 empresas públicas e privadas de 60 países. A baixa produtividade do brasileiro costuma ser um dos principais argumentos contra a diminuição da carga horária. Entretanto, para Calvete, essa relação não tem fundamento. “A redução aumenta a produtividade em até 3% por hora, o trabalhador usa o tempo mais intensamente e deixa de trabalhar aquela hora em que está mais cansado”, explica.

Giuseppina concorda que o rendimento é sempre menor em longas jornadas. “Duas pessoas em quatro horas produzem 20% a mais do que uma só em oito horas”, afirma, com base nas pesquisas que acompanha.

Já para Otto Nogami, professor do MBA Executivo do Insper (Instituto de Ensino e Pequisa), em São Paulo, sem avanços maiores na produtividade fica difícil pensar em redução de jornada. “Como é pouco produtivo, o empregado acaba estendendo as horas de trabalho”, diz.

Nogami acredita que um processo de transformação só seria possível se outros fatores que impactam a produtividade e a qualidade de vida do trabalhador, como a mobilidade urbana e a educação, fossem melhorados. Além disso, o professor ressalta que o desejo de consumo crescente também impulsiona as longas jornadas. “Ao invés de usar o tempo para o lazer, muitos trabalham mais para ter renda para consumir”.

Jornada menor aos 40
Trabalhar entre 25 e 30 horas por semana é melhor para o cérebro de quem tem 40 anos de idade ou mais, segundo a conclusão de um estudo realizado com dados de 6,5 mil australianos. “O pico da habilidade cognitiva ocorre entre 25 e 30 horas e cai se as horas são reduzidas ou aumentadas”, explica Colin McKenzie, um dos autores da pesquisa e professor da Universidade de Keio, no Japão.

Acima dessa carga horária, a capacidade cognitiva fica reduzida e aumentam os níveis de estresse e fadiga. McKenzie esclarece que trabalhar 40 horas é melhor do que não ter atividade, porém existe perda na habilidade cognitiva. “Trabalhar menos do que 40 horas e mais do que 10 leva a melhores resultados”, acrescenta.

O estudo não considerou outras faixas etárias, contudo o professor estima que a descoberta possa ser estendida. “É possível que a relação que encontramos também seja válida para pessoas com menos de 40”, diz.

Com base na ciência ou na produtividade, uma redução de jornada depende também de um cenário favorável. “Quando a economia vai mal é difícil avançar com essa discussão, não é o momento ideal”, fala Calvete.

Por:
Yannik D´Elboux
Colaboração para o UOL, do Rio de Janeiro

O governo interino e Golpista do Temer, predador dos direitos sociais e dos trabalhadores


Por Remígio Todeschini, ex-presidente do Sindicato dos Químicos do ABC e Diretor Executivo de Previdência do Município de Santo André

O governo interino do Temer, predador dos direitos sociais e dos trabalhadores, logo após sua posse, para satisfazer desejos do Mercado (Capital) detonou e implodiu diversos ministérios da área social.  Os diversos ministérios sociais de Lula e Dilma ajudaram frente à crise econômica internacional, ajudaram os mais pobres e trabalhadores em diversas áreas.

A MP 726, de maio de 2016 repartiu o Ministério da Previdência Social em dois. Foi criada a Secretaria Nacional de Previdência sob a tutela do Ministério da Fazenda, cuja missão é cuidar das finanças e o famoso ajuste fiscal com cortes, cujas consequências recairão sobre os segurados da Previdência.  A mesma MP remeteu o INSS, órgão de benefícios da Previdência Social, ao Ministério do Desenvolvimento Social e Agrário, no intuito de colocar o INSS para cuidar do Bolsa Família, que atualmente é administrado por mais de 5.500 prefeituras.  Como o INSS com 1600 agências pelo país, vai dar conta de cuidar ao mesmo tempo das políticas sociais e dos segurados do INSS, com mais de 100 milhões de atendimentos por ano?  Será um verdadeiro caos e política de terra arrasada quanto ao acesso dos direitos sociais e previdenciários.  O intuito do governo Temer golpista, além disso é ampliar a futura aposentadoria aos 70 anos, restringindo ao máximo dos direitos previdenciários (Em cinco estados do Brasil a expectativa de vida é menor de 70 anos). Previdência para esse governo golpista é gasto e os benefícios devem ser cortados ao máximo, trabalho até a morte, inclusive desrespeitando os direitos adquiridos.

Se não bastasse a extinção e o desmonte do Ministério da Previdência, a MP 739 de 07 de julho de 2016 vem infernizar os segurados afastados por auxílio doença e aposentadoria por invalidez. O anúncio do governo é extinguir cerca de 30% desses benefícios. Hoje temos 2.100.000 auxílios doenças: serão cortados 630 mil benefícios, para ter uma economia de 6,3 bilhões (DGABC, 10/07/16). Querem cortar dos trabalhadores e desconhecer a grande dívida previdenciária das empresas devedoras e do Capital, que totaliza cerca de 374 bilhões (2015) (Valor Econômico, 26 a 28/03/16). A grande imprensa golpista viola psicologicamente a opinião pública escondendo essa monstruosa dívida do Capital.   Interessante que o governo interino, já cutucado pelas Centrais Sindicais quanto a essa dívida se fingiu de morto. Para o governo usurpador a crise deve ser paga pelos trabalhadores sob a proteção da grande imprensa.

O INSS, estará chamando nos próximos meses, os segurados para nova perícias, dando um bônus especial aos médicos peritos para fazê-las, cerca de 60,00 reais por perícia. Com isso criará um estímulo maior para os médicos peritos participarem desse desmonte dos direitos previdenciários dos afastados. A atual direção da Associação Nacional dos Peritos defende essa empreitada.   A MP derruba na prática as perícias concedidas judicialmente, e na ausência de fixação de prazo para afastamento, novas perícias valerão somente por 120 dias ( art. 43 da MP). Essa MP, com o novo sistema de perícia médica desmontará o grande número de benefícios existentes:  hoje existem 840 mil benefícios de auxílio-doença há mais de 2 anos e 297 mil benefícios judiciais (Valor Econômico, 08/07/16).

Caberá à toda população, trabalhadores, seus sindicatos, centrais sindicais e movimentos sociais mobilizarem-se para:
                - Exigir a volta do Ministério da Previdência. A experiência internacional mostra que em 80 países existem ministérios próprios da Previdência e em outros 40 países a Previdência atua conjuntamente com o Trabalho e nunca com a Fazenda.
                - Garantir a preservação dos direitos previdenciários dos trabalhadores afastados, com uma perícia isenta, com a participação de médicos assistentes ou sindicais.
                - Pela Revogação das Medidas Provisórias 726 e 739.
                Fora Temer, governo usurpador dos direitos previdenciários dos segurados!


terça-feira, 19 de julho de 2016

Há mais de duas décadas a Contracs luta pela ampliação de direitos dos trabalhadores/as

São 26 anos de lutas, conquistas, bandeiras erguidas, mobilizações, trabalho e compromisso pela ampliação de direitos dos mais de três milhões de trabalhadores/as de todo o Brasil.

Escrito por: Lauany Rosa/ Contracs


A Confederação Nacional dos Trabalhadores no Comércio e Serviços da CUT (Contracs/CUT) comemora nesta sexta-feira (15), 26 anos de existência. São mais de duas décadas de lutas, conquistas, bandeiras erguidas, mobilizações, trabalho e compromisso pela ampliação de direitos dos mais de três milhões de trabalhadores/as do ramo do comércio e serviços de todo o Brasil.
A trajetória da entidade começou em junho de 1990, com a criação do Departamento Nacional dos Comerciários (DNC), que anos depois se transformaria na Contracs. O DNC nasceu durante o primeiro Congresso Nacional dos Comerciários Cutistas, com a missão de debater, lutar e transformar a realidade dos comerciários do Brasil, por meio de uma representação sindical forte, de base para base e verdadeiramente voltada para as necessidades dos trabalhadores/as.
“Antes não havia um diálogo voltado ao ramo do comércio e serviços. Com o nascimento da Contracs as categorias passaram a se organizar e foi criada uma relação com os sindicatos de base e com toda a classe trabalhadora. Hoje nosso maior patrimônio são os trabalhadores/as e os funcionários de nossa Confederação”, contou o secretário Geral da Contracs, Antonio Almeida.
Desde que foi fundada, a Contracs traz para o centro do seu programa a compreensão de que a luta econômica não encerra a luta política. Os ganhos salariais não concluem a luta sindical, mas contribuem para legitimar o questionamento ao imperialismo, à hegemonia capitalista e às diversas formas de opressão. Ao longo de sua existência, a entidade tem relacionado a luta econômica com a busca de igualdade social e política, e tem acreditado que jamais podemos parar de lutar pela ampliação de direitos e pelo Brasil que queremos.
A Contracs consegue dialogar com jovens, adultos e idosos e ao longo dos anos tem trabalhado com uma linha de comunicação com a população, tornando-se assim uma entidade consciente de que vivemos em uma sociedade com projetos em disputa.  O olhar da Confederação está além dos trabalhadores, e alcança a população como um todo, como ocorreu durante a coleta de assinatura nas ruas em favor dos direitos das domésticas na campanha 12 para 12, a coleta de votos pelo fim do imposto sindical e nas manifestações dos movimentos sociais pelo fortalecimento do SUS.

Uma das maiores conquistas da Contracs ocorreu durante a cerimônia de posse da direção 2011-2014, quando foi entregue o registro sindical da entidade. A carta sindical era uma luta antiga de muitos companheiros/as de todo o país, que desde 1990, lutaram para que a Contracs representasse de fato os anseios dos trabalhadores/as e que contribuísse para uma organização sindical forte e democrática, com princípios de liberdade e autonomia sindical.

“A vontade de crescer e representar os trabalhadores no comércio e serviços fez com que a gente pudesse dar novos rumos ao ramo, descentralizar, ampliar a democracia interna e valorizar os aspectos que nós temos que são os setores. Nós temos tentado proteger e permear nossas categorias, por meio da valorização do ramo que nós temos aqui, por meios dos trabalhadores/as e na busca por condições dignas trabalho”, ressaltou o presidente da Contracs, Alci Matos Araujo.
No decorrer de sua história, a Contracs tem lutado para fortalecer a liberdade e a autonomia sindical, e a valorização do trabalho de homens e mulheres, num ambiente democrático, no campo e na cidade. E neste momento, ela se desafia a crescer ainda mais, a representar mais trabalhadores/as, sindicatos e federações para juntos lutarem pela ampliação de direitos.
“Nós não estamos tratando só de capital e trabalho, nossa atividade é de organizar, se comprometer, lutar e defender os direitos dos trabalhadores no parlamento, no trabalho e não perder a insígnia do trabalho decente”, afirma Alci.
Para o secretário de Administração e Finanças da entidade, Nasson Antonio de Oliveira, a Contracs ainda tem que crescer muito e criar mais e melhores condições para os trabalhadores do ramo do comércio e serviços. “Por meio da formação política, mobilizações, da divisão por setores e da criação das regionais conseguimos chegar num patamar mínimo de trabalho. Agora precisamos desenvolver esses projetos iniciados para que com o decorrer dos anos nos tornemos um dos maiores ramos da CUT”.
A organização dos trabalhadores na luta contra as opressões sempre fez parte da história da Contracs. O enfrentamento cotidiano entre trabalho e capital exige cada vez mais preparo de nossos trabalhadores sindicalistas no exercício do trabalho de base, e é neste contato diário que os dirigentes se fortalecem e ganham os corações e a mente desses trabalhadores/as. Hoje a Contracs celebra 26 anos de história e de luta para conquistar cada vez mais militantes para o projeto sindical e social que visa uma sociedade mais igualitária e justa.

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