28 de fevereiro é o Dia Internacional
da Consciência sobre Lesões por Esforço Repetitivo (LER). Oriundas de tarefas
repetitivas, esforços vigorosos, vibrações, compressões mecânicas ou posições
desagradáveis por longos períodos, as LERs são um dos tipos de Distúrbio
Osteomuscular Relacionada ao Trabalho (Dort) e tem grande incidência nas
categorias do comércio e serviços.
A saúde do trabalhador tem
assumidamente um papel central no movimento sindical. Neste sentido, a
Confederação Nacional dos Trabalhadores no Comércio e Serviços da CUT
(Contracs/CUT) vem atuando de forma a consolidar diagnósticos do ramo quanto à
incidência de acidentes de trabalho bem como dados da inspeção em segurança e
saúde no Trabalho, que podem contribuir e constituir uma valiosa ferramenta
para traçar estratégias e ações de prevenção, assistência e vigilância aos
agravos à saúde relacionados ao trabalho.
As realizações em prol da saúde do
trabalhador visam principalmente eliminar as doenças e acidentes de trabalho,
Lesões por Esforço Repetitivo (LER) além de proporcionar melhor qualidade de
vida aos trabalhadores/as.
Os acidentes relacionados ao trabalho
repetitivo, e a fadiga por extensas jornadas de trabalho, tem acometido cada
vez mais os trabalhadores a LER/DORT que são responsáveis por cerca de 30
doenças como tendinite, tenossinovite e bursite. Segundo o Anuário Estatístico
da Previdência Social, mais de 30 mil casos de transtornos dos tendões e quase
160 mil casos de dores lombares afastaram os trabalhadores de suas tarefas laborais.
Estes afastamentos são inclusive considerados um problema de saúde pública por
afastar trabalhadores cada vez mais jovens no Brasil e no mundo.
Considerada uma doença incapacitante,
as LER/DORT não têm cura. É preciso combatê-las a partir da identificação das
empresas que mutilam e adoecem seus trabalhadores/as no local de trabalho, para
que assim, haja um processo de reversão do dinheiro público em favor dos cofres
do Estado.
Os trabalhadores/as iniciam suas
atividades nas empresas, físico e psicologicamente sadios, com atestados
médicos admissionais. Mas no decorrer das atividades, principalmente nas que
exigem repetição, acabam adoecendo. Em seu estágio inicial, a doença pode
e deve ser tratada com acompanhamento multidisciplinar em consultórios e clínicas
disponibilizadas pelo Sistema Único de Saúde (SUS). No Brasil, os benefícios
previdenciários concedidos devido às LER/DORT já somam 45%.
Para mudar esta realidade, precisamos
fortalecer as organizações dos trabalhadores por local de trabalho, seja em
forma de comissões internas de prevenção de acidentes (CIPAS) ou de outras
comissões. Também é preciso conhecer a legislação vigente sobre prevenção,
assistência e concessão de benefícios.
Como dirigentes sindicais precisamos
estar atentos aos itens de saúde e segurança do trabalhador e principalmente
inserir cláusulas sobre o assunto nos acordos coletivos. Cabe a nós exigir do
patronal ações que reduzam a incidência de LER/DORT nos trabalhadores e que
emitam a Comunicação de Acidentes de Trabalho (CAT) para garantir os direitos
trabalhistas e previdenciários.
A melhor forma de tratar a LER é
prevenindo-a. Portanto, é necessário estar atento à ergonomia e a Norma
Reguladora 17 (NR-17) e seus anexos I e II que falam sobre o assunto e
são extremamente importantes para o nosso ramo e são ferramentas importantes de
intervenção.
Que neste 28 de fevereiro todos e todas
possam estar conscientes que a LER/DORT são resultantes dos problemas da
organização no local de trabalho e que precisamos atuar de forma efetiva na sua
prevenção e na promoção da saúde dos trabalhadores e trabalhadoras de todo o
país.
Domingos Braga Mota, Secretário de
Saúde e Segurança do Trabalhador da Contracs
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