Confederação dará sequência a uma série de atividades contra o golpe em curso
Escrito por: Eris Dias/Contracs
A presidente afastada Dilma Rousseff
esteve ontem com diversas entidades dos movimentos sociais e trabalhistas no
ato em Defesa da Democracia, que aconteceu às 19h no Teatro dos Bancários, em
Brasília, sob a coordenação da Frente Brasil Popular (FBP). O Evento foi o
último encontro da presidenta com o público, antes do processo de julgamento de
impeachment que enfrenta no Senado, mesmo não tendo cometido nenhum crime de
responsabilidade, o que evidencia o Golpe.
Foto:: Eris Dias/Contracs |
A diretoria
executiva da Confederação Nacional dos Trabalhadores no Comercio e Serviços
(Contracs/CUT) participou do encontro que dará sequência a uma série de
atividades contra o Golpe em curso. Indagado sobre a grave situação, o
presidente da Confederação, Alci Matos garantiu que os trabalhadores estarão em
constante vigília para o reestabelecimento da democracia. “O nosso empenho
sempre foi o de motivar os trabalhadores/as do ramo do comércio e serviço sobre
as questões de classe e também conjunturais. Estaremos presentes no momento
exato para fazer com os senadores indecisos defendam que não existe culpa, e
dessa forma, prevalecer um dos direitos que considero sagrado, que é o da
democracia”, definiu Alci.
“Volta Dilma, Volta querida”!
Foto:: Eris Dias/Contracs |
"Depois de tudo que vivi, não
imaginaria ver novamente a ordem constitucional e a democracia serem atacadas.
Com mesma resistência que combati a ditadura militar, estou disposta a lutar e
combater o Golpe que aí está, vamos reestabelecer a democracia, aprofundá-la e
continuar lutando sempre”, declarou Dilma Rousseff ao mencionar a traição do
golpista Michel Temer, que já pôs em curso a agenda programática para a
retirada de direitos sociais e trabalhistas, além da entrega do patrimônio
estatal ao capital estrangeiro.
A alguns dias do processo de
julgamento, Dilma considera que é preciso observar as razões que levaram a
criá-lo. Na ocasião, reiterou que o Golpe é resultado de quatro derrotas da
elite pelos representantes do povo, o que foi mais provocado com a reeleição da
presidenta em 2014. “Foram 54,5 milhões de votos que optaram pelo
fortalecimento do Estado e da inclusão social”, lembrou. Segundo Dilma, o Golpe
também é responsabilidade de setores da imprensa brasileira que, em âmbito
internacional, vem sofrendo perdas consideráveis de credibilidade.
Tem que permanecer no pódio
A presidenta também considera que os
golpistas ferem o orgulho competitivo da nação, pois não manterão programas
sociais voltados para ao esporte, impossibilitando novas conquistas em
competições internacionais, como aconteceu nas Olimpíadas Rio 2016. “Votamos a
favor do Brasil Medalhas, onde ajudamos atletas masculinos e femininos,
destacando aqui, a medalha de ouro no judô, em que a atleta, além de ter origem
humilde é defensora do movimento LGBTT”, comentou ao mencionar a medalhista
olímpica, Rafaela Silva.
Sobre sua defesa, Rousseff reafirma que
não desistirá de lutar contra os golpistas. “Sou não apenas a primeira mulher
presidenta, mas a primeira de muitas mulheres que um dia virão a ser presidenta
também. Não renuncio porque não cometi crime, por isso vou ao plenário do
Senado (ovacionada) defender a democracia que represento e defender os
interesses legítimos do povo brasileiro”, concluiu.