“É importante declarar para o mundo a necessidade do
fortalecimento do sistema público de saúde capaz de acolher as pessoas em
situações como esta pandemia”, afirmou secretária da saúde do trabalhador.
No momento em que o mundo todo está passando por enormes
desafios para enfrentar a pandemia do novo coronavírus (Covid-19), e fica claro
que não é o setor privado e nem os planos de saúde que vão arcar com todos os
custos do atendimento à população, é de fundamental importância defender o
Sistema Único da Saúde (SUS), a vida dos trabalhadores e das trabalhadoras da
saúde e de toda população.
Esta afirmação foi da secretária Nacional da Saúde do
Trabalhador da CUT, Madalena Margarida da Silva, que está à frente da campanha
Defender o SUS é Defender a Vida que a CUT lança nesta terça-feira (7), no Dia
Mundial da Saúde.
“Na verdade a campanha é uma proposta antiga, que estava no
nosso planejamento e que pelos sucessivos golpes que a classe trabalhadora vem
sofrendo agravada pela pandemia a gente executou agora. Com isso, poderemos
gritar para o mundo a necessidade do fortalecimento do sistema público de saúde
capaz de acolher as pessoas em situações como esta pandemia e em qualquer outro
momento com equidade, universalidade e a integralidade”, afirmou Madalena.
Segundo a sindicalista, defender o SUS é defender o sistema
público de saúde, que garante a todos os trabalhadores e todas as
trabalhadoras, formais e informais, o acesso à saúde.
"O sus é a materialização do papel do estado que tem que
garantir, não só as questões econômicas, mas também as questões voltadas para a
atenção a saúde que garanta integridade física e emocional das pessoas e dos
trabalhadores e das trabalhadoras da saúde”, afirmou Madalena.
Dar visibilidade ao Dia Mundial da Saúde, sensibilizar a
classe trabalhadora e a população para a importância do SUS e da valorização
dos trabalhadores da saúde em todos os níveis de assistências e fortalecer o
controle social do sistema são os principais objetivos da campanha, que
acontecerá em três fases: a curto, médio e longo prazo.
Para a Secretária-Geral da CUT, Carmen Foro, é de máxima
importância esta campanha, porque segundo ela, a missão da Central é defender a
vida dos trabalhadores e dos trabalhadores.
“Lançar uma campanha neste momento é chamar atenção a este
patrimônio nosso que são os trabalhadores e as trabalhadoras, e lógico, o SUS
que é de fundamental importância”, afirmou.
“Nesse sentido a CUT recupera o seu papel, também pedimos aos
nossos sindicatos que reforcem essa mobilização da importância do SUS para vida
do povo brasileiro em todos os cantos deste país”, ressaltou Carmen.
Madalena também ressaltou a importância da participação da CUT
nos estados para a campanha ser um sucesso e disse que não é uma campanha
vertical e sim uma campanha que pretende interagir com movimento sindical e
para toda sociedade.
“Eu entendo que a campanha só terá respaldo na sociedade se as
CUTs estaduais assumirem a campanha e isso tem acontecido. Os secretários e as
secretarias de saúde do trabalhador da CUT nos estados estão bem conectadas com
a nossa proposta, inclusive em alguns estados já haviam pensado e conversado
neste sentido, portanto é uma campanha feita coletivamente e solidariamente,
assim como o momento exige”, frisou.
“Além disso, é importante dizer também que há necessidade de
contar com o apoio dos nossos parceiros, como as centrais sindicais, movimento
populares e organizações científicas para que possam dar suas contribuições
nesta mensagem que precisa chegar à todos brasileiros”, ressaltou Madalena.
Madalena falou reforçou dizendo que que a campanha também terá
a parte de proximidade física, o que impede de acontecer agora. Mas segundo
ela, no planejamento se pretende também interagir com a sociedade em alguma
fase da campanha.
História do SUS
A história do Sistema Único da Saúde começou antes mesmo de
1988, quando foi criado pela Constituição Federal, que que determina que é dever
do Estado garantir saúde a toda a população brasileira.
O movimento sanitarista – médicos, profissionais da saúde e a
comunidade organizada – nos anos 70 e 80 se engajaram na luta por um sistema
público para solucionar os problemas encontrados no atendimento da população
defendendo o direito universal à saúde.
“A universalidade do SUS é a coisa mais bonita que podemos
imaginar numa política pública, porque ela está em todos os lugares desde os
tratamentos de alta complexidade, mas também na questão do dia a dia, como
vacinas, vigilância sanitária e a vigilância em saúde”, explicou Madalena.
Para Madalena, o SUS é um patrimônio imaterial da humanidade,
um dos maiores sistema público e universal de saúde do mundo e tem como
princípio a garantia de acesso a todos os cidadãos.
“Portanto, defender o SUS significa defender possibilitar o
acesso de milhões de brasileiros aos serviços de saúde e garantir o direito
humano a vida, com respeito e cidadania”, ressaltou.
Os princípios do SUS:
Ele é universal, pois atende a todos sem cobrar nada,
independente de raça ou condição social.
Integral, pois trata a saúde como um todo com ações que, ao mesmo tempo, pensam no indivíduo sem esquecer da comunidade.
Integral, pois trata a saúde como um todo com ações que, ao mesmo tempo, pensam no indivíduo sem esquecer da comunidade.
Garante equidade, pois oferece os recursos de saúde de acordo
com as necessidades de cada um e tem como objetivo diminuir a desigualdade.
O SUS é administrado de forma tripartite, ou seja, o
financiamento é uma responsabilidade comum dos três níveis de governo -
federal, estadual e municipal.
Controle Social
Por isso existem os Conselhos e as Conferências de Saúde, que
visam formular estratégias, controlar e avaliar a execução da política de
saúde, envolvendo gestores do serviço, trabalhadores e usuários do serviço de
saúde.
A CUT representa os trabalhadores e as trabalhadoras no
Conselho Nacional de Saúde, nos estados e municípios, atuando na defesa
intransigente do SUS, no fortalecimento de seu financiamento, da valorização do
serviço público e dos trabalhadores da saúde, na fiscalização, na formulação de
políticas na área da saúde e na gestão do sistema, assegurado pela Constituição
Federal de 1988.
Trabalhadores e trabalhadoras da saúde
Segundo Madalena, a razão principal da existência da CUT é a defesa
dos trabalhadores e trabalhadoras de todos os ramos, mas ela afirma que
defender a categoria de trabalhadores da saúde neste momento é de fundamental
importância “porque são eles que estão na linha de frente para acolher as
pessoas adoecidas pelo COVID-19”.
Para a sindicalista, quando se diz os trabalhadores e as
trabalhadoras da saúde não são só os médicos e enfermeiros e sim todos os
profissionais ligados a saúde, como o maqueiro, os que higienizam os locais de
trabalho, os que ficam na cozinha, garantindo as dietas dos pacientes
coordenados por nutricionistas.
“Muitas vezes até sem proteção estes trabalhadores arriscam
suas vidas para proteger a vida de outras pessoas, que na maioria das vezes nem
sabem quem são”, contou Madalena.
Homenagem aos trabalhadores e trabalhadoras da saúde
No mesmo dia, a partir das 20H30, acontecerá uma homenagem aos
trabalhadores e trabalhadoras da saúde nas janelas em todo país.
“Diversas organizações, entre elas a CUT, estão preparando um
grande aplauso para os trabalhadores e as trabalhadoras da saúde que,
heroicamente, mesmo faltando equipamento e com toda adversidade não deixam de
atender a população, em especial a população mais pobre”, afirmou o presidente
da CUT, Sérgio Nobre.
“Então vá para as janelas da sua casa, do seu apartamento, dar
um grande aplauso merecido a área da saúde”, convocou.
Objetivos da campanha
Madalena, que já explicou que a campanha não será exclusiva
neste momento de pandemia do novo coronavírus, deixou bem claro o que ela
deseja ao fim desta campanha.
· que os brasileiros e
brasileiras compreendam o papel importante do SUS;
· que os trabalhadores e
trabalhadoras da saúde tenham seus trabalhos valorizados, com salários e
condições dignas de trabalho e com o fortalecimento da carreira;
· que o movimento
sindical amplie e valorize ainda mais a luta em defesa do SUS e contra qualquer
forma de privatização que este governo está tentando fazer;
· que a Emenda
Constitucional 95, que o ex-presidente Michel Temer (MDB-SP) editou e que
limitou os investimento na saúde por 20 anos e que impossibilita o
fortalecimento do SUS seja revogada;
· que o controle social
do SUS saia mais fortalecido e que as pessoas entendam o papel dos Conselhos da
Saúde;
· que as instituições de
ensino e pesquisa e produção de insumos para atender a assistência à saúde
sejam fortalecidos;
Escrito por: Marize Muniz - Portal CUT