Manifestação
percorreu av. Paulista, Rua da Consolação e chegou ao Teatro Municipal depois
de enfrentar momentos de tensão ao passar por ato dos movimentos que apoiaram o GOLPE.
Manifestação
percorreu av. Paulista, Rua da Consolação e chegou ao Teatro Municipal depois
de enfrentar momentos de tensão ao passar por ato dos movimentos que apoiaram o GOLPE.
A 13ª Marcha da Consciência Negra, realizada hoje (20) em São
Paulo, percorreu a avenida Paulista e a rua da Consolação até chegar ao Teatro
Municipal, no centro. A chegada foi mostrada por vídeo do coletivo Jornalistas
Livres no Facebook. A concentração ocorreu no vão livre do Masp.

Integrantes de
movimentos sociais, centrais sindicais e de defesa dos direitos da comunidade
negra estiveram representados na marcha.
Neste ano, o manifesto
teve como tema principal Fora Temer e Nem um Direito a Menos. Uma das bandeiras
dos participantes foi a não aprovação da proposta de emenda à Constituição
(PEC) que propõe o congelamento dos gastos públicos por 20 anos. Os movimentos
sociais alegam que, se aprovada, a PEC atingirá principalmente os programas
sociais voltados para a educação e a saúde. Eles também são contrários à
reforma da Previdência.
Entre as
reivindicações estão ainda a manutenção e fortalecimento das políticas públicas
de promoção da igualdade racial nas cidades em que ainda não existem;
manutenção das políticas públicas para as mulheres, especialmente para as
negras; e defesa de políticas de ação afirmativa, com corte racial e de gênero,
com implantação de medidas para ampliar a participação de mulheres negras nos
espaços e poder.
Durante o início da
marcha houve momentos de tensão quando seus participantes passaram por área na
av. Paulista ocupada por outro ato, organizado pelo Movimento Brasil Livre
(MBL) e pelo Vem Pra Rua, organizações que apoiaram o impeachment da presidenta
Dilma Rousseff.
Pessoas desses
movimentos vaiaram e insultaram participantes da marcha, principalmente os que
estavam vestidos de vermelho. "Eles não acham que aqui é lugar de negro.
Quando eles viram a negritude aqui, vieram tomar espaço. Eles se esqueceram que
a maior população do Brasil é negra", disse Malvina Joana de Lima, 65
anos, ao Jornalistas Livres.
Hoje também em São
Paulo, no Jardim Ângela, periferia da zona sul, um ato do Movimento dos
Trabalhadores Sem-Teto (MTST) percorreu a Estrada do M' Boi Mirim até a
ocupação Nova Palestina. O coletivo Mídia Ninja também mostrou no Facebook a
mobilização do MTST na praia do Leblon, no Rio de Janeiro, pelo Dia da
Consciência Negra.
Homenagem a Zumbi dos Palmares
De acordo com um dos coordenadores da marcha na Paulista, Wilton
Roberto Levi, hoje é um dia também de homenagem a Zumbi dos Palmares. "Ele
é a possibilidade de se ter atingido a liberdade e buscá-la ainda. Hoje é um
dia de mostrar a cultura, a arte, homenagear, lutar, denunciar e reivindicar.
Nossas principais reivindicações estão focadas na educação", enfatizou.
Os atos também
reforçaram a contrariedade das entidades negras com relação à recente anulação
do julgamento de 74 policiais envolvidos na morte de 111 detentos, no conhecido
Massacre do Carandiru, em outubro de 1992. Eles pedem ainda atenção para a
questão da mulher e do aumento da violência contra mulheres e jovens. "A
juventude negra está sendo assassinada, e o genocídio atinge principalmente as
mulheres, que sofrem vendo seus filhos morrerem", de acordo com Wilton.
Sandra Mariano, da
Coordenação Nacional de Entidades Negras, ressaltou que o dia é de comemoração
mas também de luta. "Há uma pesquisa dizendo que a violência contra a
mulher aumentou, e agora as mulheres negras aparecem nessa pesquisa. Há ainda o
fato de que as mulheres negras não recebem o mesmo salário das brancas. Também
queremos chamar a atenção para a questão da gravidez na adolescência e do
aborto", salientou.
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